O presidente francês Emmanuel Macron convocou uma reunião emergencial com líderes europeus em Paris para buscar uma solução diplomática para a guerra entre Rússia e Ucrânia. A iniciativa surge após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar negociações diretas com os russos, gerando preocupação sobre uma possível exclusão dos europeus do processo de paz.
O ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Noël Barrot, confirmou que o objetivo de Macron é reunir “os principais países europeus” para discutir a “segurança europeia”. O encontro contará com a presença de representantes de diversos países e organizações:
* Participarão representantes da Alemanha, Polônia, Itália, Dinamarca e Reino Unido
* O presidente do Conselho Europeu, António Costa, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, também estarão presentes
* Uma delegação americana, liderada pelo chefe da diplomacia Marco Rubio, planeja encontro em Riad com representantes russos nos próximos dias
A mobilização europeia ocorre em um momento crítico, após Trump surpreender ao afirmar que havia dialogado com o presidente russo, Vladimir Putin, sobre negociações relacionadas à Ucrânia. O chefe da diplomacia americana admitiu que “não será fácil” resolver o conflito, ressaltando que “um processo rumo à paz não é questão de uma reunião”.
O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, expressou preocupação sobre as intenções russas, alertando que Putin pode estar se preparando para “fazer a guerra” contra uma OTAN enfraquecida. “Não sei (se) vão querer 30% da Europa, 50%, não sei. Ninguém sabe. Mas terão esta possibilidade”, destacou Zelensky, que defendeu a criação de um exército europeu próprio.
Barrot enfatizou que “somente os ucranianos podem decidir parar de lutar, e nós os apoiaremos enquanto eles não tomarem essa decisão”. O ministro francês acrescentou que os ucranianos “não vão parar até que tenham certeza de que a paz oferecida a eles será duradoura” e até obterem garantias de segurança.
A questão foi amplamente debatida na Conferência de Segurança de Munique, na Alemanha, onde o enviado especial americano para a Ucrânia, Keith Kellogg, demonstrou ceticismo quanto à participação europeia nas negociações. Zelensky, por sua vez, fez um alerta direto: “Não confiem nele. Não confiem em Putin”.