O fotógrafo mineiro Flávio de Castro Sousa, de 36 anos, permanece desaparecido em Paris há uma semana. Nesta terça-feira (3 de dezembro), suas malas foram examinadas na Embaixada do Brasil na capital francesa, mas a análise não revelou pistas sobre seu paradeiro.
Rafael Basso, amigo responsável por acompanhar o caso na França, relatou que ele e outros amigos tentaram entregar duas malas de alumínio e o celular de Flávio à polícia francesa, que recusou receber os pertences. Embora tivesse autorização da família para abrir as bagagens, Basso optou por aguardar a presença de autoridades oficiais para evitar comprometer possíveis evidências.
A abertura das malas foi realizada na presença do delegado Luiz Roberto Ungaretti de Godoy, representante da Polícia Federal brasileira em Paris. Segundo Basso, que acompanhou o procedimento, foram encontrados apenas objetos pessoais nas malas: “Roupas e equipamentos fotográficos, nada que chamasse a atenção para um inquérito ou ajudasse a avançar para saber sobre o paradeiro dele”.
O conteúdo do celular e do laptop de Flávio de Castro Sousa, encontrado em uma das malas, ainda não foi analisado e deverá ser enviado às autoridades brasileiras. O momento exato desse envio ainda está sendo definido em conjunto com a família e uma empresa especializada.
Após sete dias do desaparecimento, a polícia francesa transferiu o caso para um departamento especializado em investigações de desaparecimentos. O caso agora deverá receber acompanhamento direto do Itamaraty.
O que se sabe sobre o caso até agora?
Viagem e permanência em Paris
Flávio Sousa, fotógrafo mineiro de Campo Belo, viajou a Paris em 1º de novembro para um casamento e ficou na cidade após o evento. Seu retorno estava previsto para 26 de novembro, mas não aconteceu.
Última aparição e queda no rio Sena
No dia 25, após despedir-se do amigo francês Alex Gautier, Flávio caiu no Sena. Ele foi hospitalizado com hipotermia, permaneceu das 6h às 12h no hospital Georges Pompidou e comunicou o fato ao amigo. Posteriormente, prorrogaram sua estadia em um apartamento alugado.
Desaparecimento
Após sua última mensagem às 19h30 do dia 26, informando que jantaria e dormiria, Flávio não respondeu mais. No dia 27, o apartamento estava vazio, com as malas fechadas. Seu celular foi encontrado em um vaso de plantas fora de um bistrô próximo ao Sena.
Investigações limitadas:
A polícia francesa recusou liberar imagens de câmeras de segurança e dados bancários, alegando que o caso não atende aos critérios de gravidade exigidos pela legislação francesa. Amigos de Flávio, incluindo Gautier, estão acompanhando o caso junto às autoridades.