O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), conquistou uma importante vitória política nesta quarta-feira (04 de dezembro) com a aprovação, em segundo turno, do projeto de reestruturação do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado (Ipsemg). A aprovação por 36 votos a 24 representa um marco significativo para sua gestão, especialmente considerando a impopularidade da medida e as dificuldades enfrentadas com sua base na Assembleia Legislativa.
O PL 2238/2024, que havia sido estrategicamente postergado para após as eleições municipais para não prejudicar interesses governistas, estabelece mudanças significativas no sistema previdenciário estadual. As alterações incluem reajustes no piso e teto, além da criação de uma alíquota adicional para servidores acima de 59 anos.
A aprovação do projeto ocorre em um cenário de fragmentação política na Assembleia. Embora o governo conte oficialmente com 57 dos 77 deputados estaduais, sua base está dividida em dois grupos: um núcleo fiel de 33 parlamentares e outro mais disperso com 24 cadeiras distribuídas entre nove partidos diferentes.
A votação aconteceu logo após a recondução do presidente da Casa, Tadeu Martins Leite (MDB), que, mesmo mantendo independência do governo, contribuiu para a tramitação da matéria. Zema, inclusive, manifestou apoio à reeleição do deputado através de suas redes sociais.
O governo Zema ainda tem como objetivos principais a aprovação das privatizações da Cemig e da Copasa, que atualmente dependem de referendo popular. Uma PEC para eliminar essa exigência está em tramitação, mas enfrenta resistência até mesmo entre aliados do governador, que consideram as privatizações medidas impopulares.