A taxa Selic atingiu 15% ao ano após nova alta de 0,25 ponto percentual, conforme decisão do Copom nesta quarta-feira. Economistas e especialistas do mercado financeiro indicam que os juros devem permanecer neste patamar elevado até o início de 2026.
De acordo com análises do mercado, a manutenção da taxa em níveis elevados é necessária para assegurar a convergência da inflação à meta, especialmente em um cenário de expectativas desancoradas.
Pontos principais sobre a decisão do Copom e suas implicações:
* Alex Agostini, economista-chefe da Austin Ratings, projeta que “Até dezembro deste ano [a Selic] vai ficar em 15% e, na primeira reunião do ano que vem, vai começar uma queda”.
* Gabriel de Barros, da ARX Investimentos, destacou duas surpresas: o próprio aumento da taxa e o tom mais rigoroso do comunicado do Copom.
* O comunicado enfatizou a necessidade de “uma política monetária em patamar significativamente contracionista por período bastante prolongado”.
* André Perfeito, da APCE, indica que serão necessários pelo menos seis a oito meses de manutenção do atual patamar de juros.
A Fiemg alertou que a medida pode impactar negativamente os investimentos produtivos e a competitividade da indústria brasileira. Seu presidente, Flávio Roscoe, aponta um desalinhamento entre as políticas do Banco Central e do governo federal.
Sergio Vale, da MB Associados, sugere que podem ocorrer ajustes na taxa, dependendo do cenário econômico, mas ressalta que o BC deve evitar alterações durante o período eleitoral do próximo ano.
Adriana Dupita, da Bloomberg, analisa que a decisão visa três objetivos principais: desestimular projeções de novas altas, evitar expectativas de cortes no curto prazo e fortalecer a credibilidade do Copom.
A decisão ocorre em um momento em que o IPCA registrou desaceleração para 0,23% em maio, embora os preços internacionais do petróleo tenham apresentado alta, influenciando o cenário econômico geral.
A manutenção da Selic em 15% representa um desafio para a economia brasileira, especialmente considerando o atual contexto de busca pelo equilíbrio entre controle inflacionário e crescimento econômico.