O vice-presidente Geraldo Alckmin expressou preocupação com o impacto financeiro do novo Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag), classificando-o como extremamente generoso e alertando para possíveis consequências nas finanças da União.
“Eu nunca vi uma coisa tão generosa na vida”, declarou Alckmin aos jornalistas, respondendo às críticas de governadores sobre os vetos do presidente Lula ao programa. Durante agenda no Rio Grande do Sul, estado governado por Eduardo Leite (PSDB), que manifestou desaprovação aos vetos federais, o vice-presidente detalhou suas preocupações.
Alckmin, que se define como alguém com “rigor fiscal”, explicou que a mudança nos juros da dívida é significativa: “Vai passar de IPCA mais 4% os juros da dívida, que já foi renegociado, para não ter juros. Então, o governo federal vai captar a Selic e vai financiar a 0%. É impressionante o rombo que isso causa”.
O vice-presidente citou estudos do Tesouro Nacional que estimam um impacto anual de R$ 20 bilhões para a União, considerando um cenário de adesão total dos Estados. Contudo, alertou que, segundo estudos da FGV, esse valor poderia alcançar R$ 50 bilhões anuais em déficit nominal.
Em sua análise final, o ministro defendeu que a receita proveniente da venda de ativos das administrações públicas deveria ser direcionada exclusivamente para o abatimento das dívidas: “Aliás, devia ser lei isso. Vender um ativo tem que pagar a dívida, é para abater passivo”.