Nesta quinta-feira (11/07), a equipe da Polícia Federal iniciou mais uma etapa da operação que investiga uma suposta estrutura paralela montada dentro da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) à frente da Presidência da República.
As suspeitas são de que essa estrutura tenha sido utilizada para monitorar ilegalmente políticos, servidores públicos e adversários do então presidente. De acordo com as investigações, o grupo usou sistemas de GPS para rastrear celulares sem autorização judicial.
Um dos softwares que teriam sido usado é o First Mile, no qual bastava inserir um número de telefone no sistema para que a localização do indivíduo fosse exibida no mapa, utilizando-se da conexão de rede do dispositivo móvel.
Nesta fase, os policiais cumprem cinco mandados de prisão preventiva e sete de busca e apreensão em Brasília (DF), Curitiba (PR), Juiz de Fora (MG), Salvador (BA) e São Paulo (SP). Os alvos de mandados de prisão e de busca e apreensão são: Mateus de Carvalho Sposito, Richards Dyer Pozzer, Rogério Beraldo de Almeida, Marcelo Araújo Bormevet e Giancarlo Gomes Rodrigues. Outros dois foram alvos de buscas: José Matheus Sales Gomes e
Daniel Ribeiro Lemos.
A Polícia Federal investiga a vigilância sobre um servidor do Supremo Tribunal Federal (STF) envolvido com tecnologia, destacando as tensões frequentes entre Bolsonaro e o Judiciário. Durante o mandato, Bolsonaro não hesitou em manifestar publicamente seu descontentamento com o Poder Judiciário.
Outra revelação preocupante foi o aumento significativo da atividade de monitoramento durante as eleições municipais de 2020, possivelmente visando influenciar o resultado através da espionagem. De acordo com informações de O Globo, a técnica de ‘cercamento’ também foi utilizada, permitindo que operadores da Abin traçassem um perímetro em um mapa para detectar se uma pessoa específica circulava por aquela área.
Esse método foi aplicado, por exemplo, nas proximidades do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, levantando suspeitas de que advogados e juízes possam ter sido monitorados sem autorização.
– ministros do STF Alexandre de Moraes, Dias Toffoli, Luís Roberto Barroso e Luiz Fux;
– o atual presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o deputado Kim Kataguiri (UNIÃO/SP) e os ex-deputados Rodrigo Maia (PSDB/RJ), que foi presidente da Câmara, e Joice Hasselmann (PSDB/SP);
– senadores Alessandro Vieira (MDB/SE), Omar Aziz (PSD/AM), Renan Calheiros (MDB/AL) e Randolfe Rodrigues (Sem Patido/AP), que integravam a CPI da Covid no Senado;
– João Doria, ex-governador de São Paulo;
– servidores do Ibama Hugo Ferreira Netto Loss e Roberto Cabral Borges, auditores da Receita Federal do Brasil Christiano José Paes Leme Botelho, Cleber Homen da Silva e José Pereira de Barros Neto;
– jornalistas Monica Bergamo, Vera Magalhães, Luiza Alves Bandeira e Pedro Cesar Batista.