O diretor-geral da ANM (Agência Nacional de Mineração), Mauro Henrique Sousa, manifestou preocupação com propostas de estatização na exploração de minerais críticos no Brasil. Durante o “Seminário de Integração Energética e Mineral do Mercosul” realizado nesta terça-feira (25), Sousa enfatizou a importância de parcerias internacionais e investimentos privados para o desenvolvimento do setor.
“Temos que ter atratividade. Nós não podemos também cair numa – vou usar uma expressão que eu não sei se vocês conhecem – esparrela de achar que nós damos conta de tudo”, declarou o diretor-geral da ANM durante o evento, que contou com representantes de países do Mercosul.
Em sua análise, Sousa criticou especificamente a proposta em discussão no Congresso Nacional para criar uma nova estatal dedicada à exploração de minerais críticos. “Quem propõe isso tem pouco conhecimento da dificuldade, do que é o nível de risco geológico”, argumentou, destacando que estatisticamente apenas uma ou duas em cada mil pesquisas minerais são bem-sucedidas.
O diretor-geral da ANM ressaltou que a criação de uma estatal para este fim enviaria uma mensagem negativa aos investidores globais, contradizendo os princípios constitucionais brasileiros de livre iniciativa e desenvolvimento através do setor privado. “Você lida com risco geológico significativo, com o aporte de recursos que nem sempre vão resultar num jazimento que tem viabilidade econômica para que o investimento se justifique”, explicou.
Sousa também comparou a situação brasileira com a China, destacando que o país asiático investiu três décadas em pesquisa e desenvolvimento de terras raras, acumulando centenas de patentes de processamento. “A China apostou há trinta anos em terras raras e hoje detém mais de 500 ou 300 patentes de processamento”, observou, enfatizando a necessidade de parcerias com países que já possuem conhecimento técnico avançado.
Em conclusão, a ANM defende que o Brasil precisa buscar alianças estratégicas e conhecimento técnico internacional para desenvolver sua capacidade produtiva no setor de minerais críticos, em vez de apostar em um modelo puramente estatal.