Os produtos do Brasil que ainda estão sob tarifaço de Trump

Os produtos do Brasil que ainda estão sob tarifaço de Trump

Mesmo após revogar taxa adicional de 40% para alguns itens, mais de 62% das exportações do Brasil aos EUA ainda permanecem sob algum tipo de tarifa

O presidente americano Donald Trump revogou parcialmente as tarifas adicionais sobre produtos brasileiros, porém mais de 62% das exportações do Brasil aos Estados Unidos ainda permanecem sob algum tipo de sobretaxa. A decisão, anunciada por ordem executiva, beneficiou 238 produtos, incluindo café, carne bovina e frutas.

De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Amcham Brasil, o percentual de exportações brasileiras isentas de sobretaxas aumentou de 28% para 37%, representando US$ 15,7 bilhões. No entanto, uma parcela significativa dos produtos ainda enfrenta tarifas substanciais.

Panorama das tarifas atuais:

* 32,7% das exportações (US$ 13,8 bilhões) permanecem com tarifa combinada de 50%, sendo 10% de tarifas recíprocas e 40% de tarifas adicionais específicas
* 3,8% (US$ 1,6 bilhão) continuam com tarifa adicional de 40%
* 7% (US$ 2,9 bilhões) mantêm a tarifa recíproca de 10%

O vice-presidente Geraldo Alckmin, que também comanda o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), celebrou a decisão afirmando que “foi o maior avanço nas negociações Brasil-Estados Unidos”. Segundo ele, a porcentagem de exportações sujeitas ao “tarifaço” reduziu de 36% para 22%.

Produtos manufaturados como máquinas, equipamentos, móveis e calçados não foram beneficiados pela medida e continuam sujeitos à alíquota adicional de 40%. Estes itens, de maior valor agregado, são considerados estratégicos para a economia brasileira.

O superintendente de Relações Internacionais da CNI, Frederico Lamego, considera que “a notícia é um avanço” e “sinaliza uma mudança muito grande em relação ao cenário no mês de julho”. Entretanto, ressalta que a maioria dos produtos ainda sujeitos a alíquotas diferenciadas são manufaturados.

A decisão de Trump tem efeito retroativo a partir de 13 de novembro, data em que o ministro Mauro Vieira e o secretário Marco Rubio se reuniram em Washington para discutir as negociações. O governo brasileiro manifestou que continuará buscando a retirada das tarifas adicionais sobre o restante da pauta comercial.

A sobretaxa de 40% foi inicialmente imposta em julho, entrando em vigor em agosto, como resposta ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro. O anúncio atual ocorre em um contexto de pressão interna nos EUA, com alta de preços de diversos produtos para os consumidores americanos.

Trump mencionou em sua ordem executiva uma conversa com o presidente Lula, ocorrida em 6 de outubro, quando concordaram em iniciar negociações para abordar as preocupações identificadas no Decreto Executivo 14323. Há expectativa de novos encontros presenciais entre os líderes para continuidade das negociações.

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