Empresa é condenada a pagar R$ 500 mil por discriminação e assédio moral contra PcD

Empresa é condenada a pagar R$ 500 mil por discriminação e assédio moral contra PcD

Empresa foi condenada após denúncia de funcionário PcD em Presidente Venceslau que sofreu discriminação e assédio moral no ambiente de trabalho

A Energisa Sul-Sudeste foi condenada pela Justiça a pagar uma indenização de R$ 500 mil por práticas discriminatórias contra um funcionário PcD (Pessoa com Deficiência) em sua agência de atendimento em Presidente Venceslau, interior de São Paulo. A decisão, divulgada nesta quarta-feira (19), foi resultado de uma ação civil pública movida pelo Ministério Público do Trabalho (MPT).

O caso teve início em 2022, quando o funcionário, que atuava como assistente administrativo no atendimento ao público, sofreu um acidente de trabalho após carregar equipamentos eletrônicos. A partir desse incidente, uma série de condutas discriminatórias foram identificadas pela investigação do MPT.

Cronologia dos eventos:

* O funcionário sofreu um estiramento no tendão do braço, com risco de rompimento, após descarregar equipamentos por falta de pessoal disponível
* Permaneceu afastado por cinco meses para tratamento médico
* Ao retornar, foi isolado em uma sala vazia, sem atividades práticas ou computador, apenas para cumprir horário
* Recebeu advertência relacionada a horário, mesmo realizando sessões de fisioterapia
* Foi alvo de pressão para pedir demissão e sofreu chacotas no ambiente de trabalho

Uma testemunha confirmou ao MPT a existência de assédio e discriminação na empresa, corroborando os relatos do funcionário. O juiz Mércio Hideyoshi Sato, responsável pela decisão, estabeleceu multa de R$ 10 mil por descumprimento, além de R$ 5 mil adicionais por trabalhador prejudicado.

A Energisa possui histórico de irregularidades, incluindo descumprimento de Termos de Ajuste de Conduta (TAC) e outras ações civis públicas por práticas antissindicais, assédio moral e acidentes de trabalho. A empresa se recusou a assinar o TAC proposto pelo MPT, mesmo após a comprovação das irregularidades.

O MPT solicitou ainda que a empresa realize palestras sobre inclusão e combate à discriminação, com participação obrigatória de todos os funcionários das unidades de Presidente Prudente e Presidente Venceslau, incluindo gestores e sócios.

Em resposta, a Energisa declarou em nota que “cumpre integralmente todas as leis e normas trabalhistas, incluindo aquelas relacionadas à diversidade e à inclusão de pessoas com deficiência” e que “prestará todas as informações necessárias ao longo do processo, com o objetivo de esclarecer os fatos discutidos na ação”.

Mais notícias no N3 News

Imagem N3 News
N3 News
O N3 News oferece notícias recentes e relevantes, mantendo os leitores atualizados em um mundo que está sempre em constante mudança. Mais do que um portal de notícias, temos como meta ser um parceiro confiável na busca pela informação precisa e imparcial.

RELACIONADAS