O 4º Batalhão da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), localizado no Guará, a cerca de 15 quilômetros do centro de Brasília, surge como possível local de detenção para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A decisão final sobre o local de cumprimento da pena de 27 anos e três meses, referente ao julgamento do plano de golpe de Estado, caberá ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
O local já serviu como estabelecimento prisional para Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do DF, que permaneceu detido entre janeiro e maio de 2023, durante as investigações do mesmo caso. Torres também foi condenado por participação na trama golpista.
A defesa do ex-presidente e outros seis réus do “núcleo crucial” têm cinco dias para apresentar o último recurso. Após esta etapa, com o processo transitado em julgado, o ministro Alexandre de Moraes deverá determinar a execução da pena.
Pessoas próximas à família Bolsonaro consideram o Batalhão da PM uma opção mais favorável em comparação ao Complexo Penitenciário da Papuda, à carceragem da Polícia Federal ou a uma sala de Estado-Maior em unidade militar do Exército.
No entanto, membros da alta cúpula da PM do DF, sob condição de anonimato, expressam preocupações com esta possibilidade. Apontam a necessidade de aumentar o efetivo para segurança e saúde do ex-presidente, incluindo assistência médica 24 horas, estrutura já existente em presídios. Também manifestam receio quanto a possíveis manifestações de protesto, similares às ocorridas após as eleições de 2022.
Atualmente em prisão domiciliar desde agosto, devido a uma investigação por coação, aliados e familiares defendem que Bolsonaro permaneça em casa após a aplicação da pena, alegando problemas de saúde.
Uma comitiva de senadores bolsonaristas, composta por Damares Alves, Izalci Lucas, Márcio Bittar e Eduardo Girão, realizou uma inspeção no Complexo da Papuda. No relatório apresentado, apontaram problemas com a alimentação no presídio, incluindo denúncias de “alimentos estragados” e ausência de dieta equilibrada, argumentando pela manutenção da prisão domiciliar do ex-presidente.