Menu
O sistema prisional de Minas Gerais enfrenta uma grave crise de superlotação, com déficit de aproximadamente 26 mil vagas. O estado possui a segunda maior população carcerária do Brasil, com 72 mil pessoas em regime fechado, ficando atrás apenas de São Paulo, conforme dados da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen) do primeiro semestre de 2025.
Um levantamento realizado pela TV Globo, através da Lei de Acesso à Informação, revelou que ao menos 11 presídios de Belo Horizonte e Região Metropolitana estão operando além de sua capacidade. A situação é particularmente crítica em algumas unidades:
* O Presídio de Santa Luzia apresenta uma taxa de ocupação de 277%, abrigando quase três vezes mais detentos que sua capacidade permite
* Em Ribeirão das Neves, o Complexo Penitenciário Antônio Dutra Ladeira opera com 250% de sua capacidade, registrando 20 mortes apenas este ano
* O presídio municipal de Lagoa Santa ultrapassou o dobro de sua capacidade, com taxa de ocupação de 217%
* O Complexo Penitenciário Estevão Pinto, na capital, excede em quase 100 detentas sua capacidade máxima
A situação é agravada pela desativação de 44 unidades prisionais nos últimos 10 anos, segundo a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp-MG). O déficit de profissionais também é preocupante.
A Sejusp-MG anunciou medidas para enfrentar a situação, incluindo a entrega de 2.700 novas vagas em presídios por todo o estado. Já foram inaugurados novos anexos e unidades em Alfenas, Iturama e Frutal, somando mais de 1.000 vagas. Além disso, está prevista a conclusão de novas unidades em Lavras e Poços de Caldas até 2026, cada uma com 600 vagas.
A secretaria também publicou edital para novo concurso público da Polícia Penal, oferecendo 1.178 vagas, sendo este o segundo processo seletivo da atual gestão, que já resultou na contratação de aproximadamente 5.000 policiais penais.
