Cúpula Quilombola debate mudanças climáticas no Rio

Cúpula Quilombola debate mudanças climáticas no Rio

Primeiro encontro reúne lideranças quilombolas para discutir preservação ambiental e direitos territoriais na Fundição Progresso

A primeira Cúpula Quilombola do Clima, organizada pela Associação Estadual das Comunidades Quilombolas do Estado do Rio de Janeiro (Acquilerj) em parceria com a ONG Koinonia, marca um momento histórico para as comunidades tradicionais na discussão sobre mudanças climáticas.

O evento, que acontece na Fundição Progresso, região central do Rio de Janeiro, surge como resposta à histórica falta de representatividade das comunidades quilombolas nos debates sobre preservação ambiental. Ana Gualberto, diretora executiva de Koinonia, destaca: “O que a gente sempre vê é que, nessas pautas ocidentais, as comunidades negras tradicionais acabam não tendo tanta visibilidade quanto outros grupos de comunidades tradicionais, como os povos originários”.

Panorama Quilombola no Brasil

De acordo com o Censo 2022, o Brasil possui 1,33 milhão de quilombolas distribuídos em 1,7 mil municípios. No Rio de Janeiro, a situação é particularmente desafiadora: apenas três territórios possuem titulação oficial, embora a Acquilerj identifique 54 comunidades, com uma população estimada de 20 mil pessoas.

A questão territorial emerge como ponto central das discussões. Ana Gualberto enfatiza que sem a titulação dos territórios, torna-se impossível garantir o pleno exercício dos direitos dessas comunidades. O evento contará com a participação de 15 lideranças quilombolas e representantes da Defensoria Pública da União.

Bia Nunes, presidente da Acquilerj, contextualiza a importância do momento: “Sabendo que a COP30 teria um esvaziamento muito grande, muito forte, da população quilombola, a gente se organizou e se movimentou para fazer esse momento de escuta das nossas vozes”.

A cúpula visa amplificar a mensagem das comunidades quilombolas para as autoridades que estarão em Belém durante a COP30. “Para que essa sociedade brasileira saiba que existe uma população, que é a população quilombola, que está nos seus territórios fazendo toda a preservação, mas também sofrendo os impactos ambientais causados pela especulação imobiliária, pela invasão das grandes empresas e da falta de política pública”, ressalta Nogueira.

O evento é gratuito, com início previsto para as 9h, sendo necessário apenas realizar a retirada do ingresso através do site oficial.

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