Carlo Ancelotti surpreende ao escalar Éder Militão na lateral direita da Seleção Brasileira para o amistoso contra Senegal, no Emirates Stadium, em Londres. A decisão, embora pareça inusitada, tem precedentes históricos e segue uma tendência de sucesso em seleções campeãs mundiais.
O zagueiro paulista de 27 anos, natural de Sertãozinho, não é estranho à posição. Um levantamento detalhado mostra que Militão já atuou 44 vezes como lateral direito ao longo de sua carreira, incluindo passagens por São Paulo, Porto, Real Madrid e pela própria Seleção Brasileira sob o comando de Tite.
* A França campeã mundial em 2018 utilizou Lucas Hernández, originalmente zagueiro, na lateral esquerda, formando linha defensiva com Pavard, Varane e Umtiti
* Em 2014, a Alemanha tetracampeã iniciou sua campanha com Boateng e Höwedes, dois zagueiros, improvisados nas laterais durante a goleada por 4 x 0 contra Portugal
* A Espanha, em 2010, conquistou seu título inédito com defensores versáteis como Sergio Ramos e Puyol, que transitavam entre diferentes posições da defesa
A escolha de Ancelotti por Militão na lateral direita tem fundamento tático. Com a Seleção focando seu poder ofensivo nos pontas, a presença de um defensor mais posicional permite maior liberdade para jogadores como Estêvão, Rodrygo, Vinicius Junior e Matheus Cunha.
Esta configuração possibilita variações táticas durante a partida, permitindo que o Brasil alterne entre diferentes formações como 4-2-4, 4-4-2, 3-2-5 e até 3-5-2. Do outro lado do campo, Alex Sandro oferece segurança pela lateral esquerda, enquanto o ataque conta ainda com opções como Raphinha, Luiz Henrique, Gabriel Martinelli, João Pedro e Neymar.