O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e sua equipe ministerial analisaram, em reunião, que o deputado Guilherme Derrite (PP-SP), atual secretário licenciado de Segurança Pública de São Paulo, tentou modificar significativamente o projeto da Lei Antifacção, de forma a possivelmente proteger futuros investigados por ligações com o crime organizado.
Na avaliação do governo federal, o auxiliar do governador Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) não conseguiu agradar nenhum dos lados envolvidos – governo, oposição e sociedade – sendo forçado a reconsiderar suas propostas iniciais.
* O primeiro relatório apresentado por Derrite gerou forte reação negativa, levando-o a fazer alterações significativas após orientação do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB).
* “Não podemos permitir que eles blindem os investigados”, declarou um ministro presente na reunião realizada na manhã desta quinta-feira (13) no Palácio da Alvorada.
* “Não fosse a pressão do governo e de especialistas do mundo jurídico, ele teria aprovado o enfraquecimento da PF”, afirmou outro ministro participante do encontro.
A equipe governamental ainda identifica problemas no último relatório apresentado por Derrite e pretende trabalhar para impedir a aprovação de um texto que reduza recursos destinados à Polícia Federal. O foco principal é manter a essência do projeto original elaborado pelo Ministério da Justiça.
Em sua defesa, o deputado Guilherme Derrite nega as acusações e alega que sua proposta foi mal interpretada. Ele destaca que o ponto mais relevante de seu relatório é o aumento das penas para integrantes do crime organizado no país.
O texto do relator já passou por quatro versões e pode ainda receber uma quinta alteração, visando garantir sua votação na próxima terça-feira (18). O governo federal mantém como prioridade a remoção dos pontos que diminuem o orçamento da Polícia Federal.