Os Correios enfrentam uma grave crise financeira e elaboram um plano para desligar 10 mil funcionários através de um novo Programa de Demissão Voluntária (PDV). A medida visa reduzir custos em aproximadamente R$ 2 bilhões anuais na folha de pagamento, mas sua implementação depende da captação de R$ 10 bilhões em empréstimos nas próximas duas semanas.
A situação financeira da estatal é crítica, com um prejuízo acumulado de R$ 4,3 bilhões em 2025 e perdas mensais de aproximadamente R$ 750 milhões. O segundo trimestre registrou resultado negativo de R$ 2,6 bilhões, quase quintuplicando as perdas em comparação ao mesmo período do ano anterior.
* A direção dos Correios inicialmente buscava captar R$ 20 bilhões, mas devido aos altos custos cobrados pelos bancos, optou por uma solução intermediária
* As negociações foram reabertas com aproximadamente dez instituições financeiras, incluindo bancos de menor porte
* A empresa estabeleceu como limite uma taxa de até 120% do CDI, alinhada com os parâmetros do Comitê de Garantias da União
* Na primeira rodada de negociações, instituições como BTG Pactual, Citibank, ABC Brasil e Banco do Brasil solicitaram juros de 136% do CDI
* A falta de recursos já afeta o pagamento de fornecedores e causa atrasos nas entregas
* O índice atual de entregas no prazo é de 92%, abaixo dos 95% considerados mínimos para manter contratos com grandes clientes
* A empresa enfrenta dificuldades com um financiamento anterior de R$ 1,8 bilhão, que teve aumento de juros por descumprimento de cláusula contratual
Para garantir transparência, o plano de reestruturação foi apresentado ao Tribunal de Contas da União (TCU), que acompanhará o processo desde o início. A estatal considera o empréstimo fundamental para quitar dívidas atrasadas, reequilibrar o caixa e implementar mudanças internas, incluindo o PDV.