A Agência das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) divulgou nesta segunda-feira (10) dados alarmantes sobre o deslocamento global de pessoas. Segundo o relatório “No Escape II: The Way Forward”, até meados de 2025, 117,2 milhões de pessoas foram forçadas a abandonar seus lares devido a guerras, violência e perseguição, com 86 milhões delas enfrentando riscos climáticos significativos.
O documento destaca que as mudanças climáticas se tornaram um fator crucial neste cenário. Na última década, desastres relacionados a fenômenos climáticos causaram 250 milhões de deslocamentos internos, resultando em uma média de 70 mil pessoas deslocadas diariamente.
* O relatório da ACNUR enfatiza a convergência entre eventos climáticos extremos e outras ameaças, como conflitos e perseguições, além do aumento do nível do mar e processos de desertificação.
* Uma projeção particularmente alarmante indica que até 2040, o número de países enfrentando exposição extrema a riscos climáticos aumentará de 3 para 65, incluindo o Brasil.
* Estes 65 países já abrigam mais de 45% das pessoas atualmente deslocadas por conflitos, com metade deles experimentando situações de fragilidade ou conflito.
O estudo ressalta que as medidas de fortalecimento da resiliência são fundamentais não apenas para as populações deslocadas, mas também para as comunidades anfitriãs, que “elas mesmas, com frequência, vivendo em condições precárias semelhantes”.
As perspectivas para o futuro são desafiadoras. A ACNUR prevê que nos próximos 25 anos, os campos de refugiados em regiões mais quentes poderão enfrentar cerca de 200 dias de calor extremo e perigoso anualmente. O relatório adverte que “muitos desses locais provavelmente se tornarão inabitáveis devido à combinação mortal de calor extremo e umidade”.