A Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgou que as quedas nas tarifas de energia elétrica residencial (-2,83%) e passagens aéreas (-5,44%) foram os principais fatores para a desaceleração da inflação ao consumidor no Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) em outubro.
Segundo Matheus Dias, economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), “Quanto aos preços ao consumidor, passagens aéreas e tarifas de energia elétrica foram os principais responsáveis pela desaceleração, contribuindo conjuntamente com -0,18 p.p. para o resultado do IPC”.
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC-DI) registrou desaceleração significativa, passando de uma alta de 0,65% em setembro para 0,14% em outubro. A análise detalhada dos grupos de despesas revelou variações importantes:
* Habitação apresentou queda expressiva, passando de 2,13% em setembro para -0,23% em outubro
* Educação, Leitura e Recreação também registrou redução, saindo de 2,00% para -0,43%
* Saúde e Cuidados Pessoais inverteu a tendência, indo de -0,06% para 0,58%
* Alimentação mostrou leve recuperação, passando de -0,18% para 0,08%
Entre os itens que contribuíram para o alívio inflacionário, destacam-se as reduções na banana-prata (-7,76%), arroz (-3,14%) e leite longa vida (-1,56%). Por outro lado, alguns produtos exerceram pressão altista, como perfume (3,65%), gasolina (0,50%), serviços bancários (0,81%), cinema (9,39%) e plano de saúde (0,46%).
O núcleo do IPC-DI apresentou elevação de 0,31% em outubro, superior ao aumento de 0,24% registrado em setembro. O índice de difusão, que indica a proporção de itens com aumentos de preços, subiu de 54,19% para 56,77%, considerando que 46 dos 85 itens componentes do IPC foram excluídos do cálculo do núcleo.