Equipe presidencial rejeitou navio da Marinha por “inadequação”; iate escolhido tem histórico de apreensões e proprietário envolvido em escândalo
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou em Belém para a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), que começa nesta quinta-feira (6), no centro de uma polêmica. A decisão de se hospedar em um iate particular, em vez de um navio da Marinha oferecido inicialmente, tem sido criticada e levantou questionamentos.
De acordo com informações da equipe presidencial, o navio da Marinha foi considerado “inadequado para suas necessidades”, por não atender aos padrões de segurança e conforto exigidos pela comitiva. A hospedagem alternativa foi encontrada no iate IANA 3, atracado na Base Naval de Val de Cães. Os custos da estadia serão pagos pela Presidência da República.
A embarcação, porém, carrega um histórico conturbado. O IANA 3 já foi alvo de buscas e apreensões em operações anteriores. Seu proprietário é o empresário Iomar Cavalcante de Oliveira, conhecido por uma frota de iates e que esteve envolvido em um escândalo de contratos milionários com o governo do Amazonas, enquanto mantinha familiares em cargos na administração estadual.
A escolha do iate, que já foi usado por outros políticos da região, contrasta com o tema da cúpula mundial, que discute justamente a crise climática e medidas de sustentabilidade. A decisão tem sido amplamente repercutida e criticada por opositores e na mídia.