CPI do Crime planeja investigar 70 facções criminosas, diz relator

CPI do Crime planeja investigar 70 facções criminosas, diz relator

Comissão com relatoria de Alessandro Vieira planeja investigar 70 facções criminosas e cobrar mais recursos para segurança pública nacional

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado iniciou seus trabalhos com um ambicioso plano de investigação das organizações criminosas no Brasil. Sob relatoria do senador Alessandro Vieira (MDB-SE), a comissão pretende mapear aproximadamente 70 grandes facções existentes no país e desenvolver um plano nacional de segurança pública.

A instalação da CPI ganhou força após a recente megaoperação no Rio de Janeiro contra o Comando Vermelho, que resultou em 121 mortes, incluindo quatro policiais. A comissão será presidida pelo senador Fabiano Contarato (PT-ES), tendo como vice o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS).

Principais Objetivos e Estratégias

* A comissão planeja realizar um mapeamento regionalizado das facções criminosas, analisando suas diferentes formas de atuação em cada região do país. No Norte, por exemplo, o foco será na entrada de drogas pela tríplice fronteira do Amazonas com Colômbia e Peru.

* Está prevista a convocação de governadores e autoridades, incluindo o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, para prestarem depoimentos. O relator também pretende ouvir moradores de comunidades afetadas, como os complexos do Alemão e da Penha.

* Um dos pontos cruciais será a análise orçamentária da segurança pública. Segundo Vieira, o investimento federal atual é “baixíssimo”, e a comissão buscará dimensionar a real demanda de recursos para o enfrentamento efetivo do crime organizado.

A CPI também pretende examinar o possível financiamento de campanhas eleitorais por organizações criminosas, propondo uma fiscalização mais rigorosa das doações. Além disso, estudará sistemas de “fast tracking” adotados em outros países para processar determinados tipos de crimes de forma mais ágil.

O plano de trabalho inclui ainda a análise do Sistema Único de Segurança Pública (Susp) e da PEC de Segurança, apresentada pelo governo em abril, que busca redefinir as competências entre União, estados e municípios na política de segurança pública.

Apesar da presidência estar com um governista, a comissão pode gerar embates com o governo federal, especialmente após as declarações do presidente Lula sobre a operação no Rio de Janeiro, que ele classificou como uma “matança”.

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