O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reafirmou o compromisso do governo em reorganizar as contas públicas, mesmo diante de pressões contrárias. Durante sua participação no evento COP30 Business & Finance Fórum, promovido pela Bloomberg Philanthropies, o ministro destacou que há um significativo fluxo de investimentos entrando no país.
“É isso que as pessoas precisam entender, nós não vamos recuar dos objetivos de colocar as contas em ordem, que estão desorganizadas desde 2015”, afirmou Haddad, reconhecendo a existência de “um jogo contra o Brasil” e “muita torcida contra”. O ministro chegou a expressar que sua principal preocupação atual é “com o tanto de dinheiro que está entrando no país”.
Haddad enfatizou que o Brasil está construindo um ambiente de negócios mais atrativo, citando como exemplo a reforma tributária. Além disso, destacou a importância da reforma sobre a renda, que está em discussão. “Estamos para votar uma nova etapa da reforma da renda no Brasil. A desigualdade no Brasil é um impedimento para o crescimento. Não existe crescimento com esse nível de desigualdade. Mas nós estamos corrigindo isso”, explicou.
Em relação à política monetária, o ministro manteve sua posição crítica sobre o atual patamar da taxa básica de juros (Selic) de 15%. “Por mais pressão que os bancos façam sobre o Banco Central para não baixar a taxa de juros, elas vão ter que cair. Não tem como sustentar 10% de juros real com inflação de 4,5%”, argumentou.
Mesmo com os juros elevados, Haddad demonstrou otimismo quanto ao desempenho econômico do país para o próximo ano. Sobre o julgamento pendente no Supremo Tribunal Federal (STF) relacionado à Lei de Responsabilidade Fiscal, o ministro comentou que “será uma revolução se o Congresso não puder criar despesas sem apontar a fonte de receita”.