Ana Carolina, mãe de Isabella Nardoni, manifestou-se publicamente sobre a série “Tremembé”, que retrata casos criminais famosos, incluindo o assassinato de sua filha ocorrido em 2008. A vereadora decidiu não assistir à produção e expressou preocupação sobre como criminosos são retratados em produções do gênero true crime.
“Não vou assistir à série. Eu escolhi fazer isso. É algo que conta a minha história, mas uma coisa é certa: estou falando da minha filha, da minha história, do que eu vivi. Outra coisa, é como se eu estivesse vivenciando a cena do crime”, declarou Ana Carolina.
O caso Isabella Nardoni, que chocou o país em 2008, é um dos retratados na série. A menina de cinco anos foi assassinada pelo pai, Alexandre Nardoni, e pela madrasta, Anna Carolina Jatobá, conforme decisão da Justiça.
A vereadora demonstrou especial preocupação com a forma como produções deste gênero podem glamourizar criminosos: “Existe uma grande distância e um grande cuidado que eu quero ter com a minha saúde mental. O que me preocupa nessas questões é trazer criminosos para os holofotes e tratar como se eles fossem celebridades e não com a seriedade de cada caso”.
Ana Carolina também fez um apelo enfático sobre o respeito às vítimas e suas famílias: “Essa série conta sobre vários casos, não só o meu, e essas vítimas ficaram e elas precisam ser lembradas e tratadas com respeito”. Ela ainda criticou a brandura das leis brasileiras e expressou preocupação com a soltura de diversos criminosos.
A série “Tremembé”, inspirada em obras do jornalista Ullisses Campbell, retrata a rotina do presídio homônimo no interior de São Paulo, conhecido como “o presídio dos famosos”. A instituição ficou conhecida por abrigar detentas como Suzane von Richthofen, Elize Matsunaga e Anna Carolina Jatobá.
Em sua conclusão, Ana Carolina fez um último apelo ao público: “Eu peço responsabilidade para que a gente não trate esses criminosos como celebridades, que a gente distancie o que é real do que é ficção e que vocês não encaixem isso para que eles não se tornem pessoas públicas e até virem aí os seus extremos de terem, como a gente já viu, pessoas idolatrando”.