Sete países muçulmanos realizaram uma reunião crucial em Istambul nesta segunda-feira (3) para debater o futuro de Gaza, onde estabeleceram uma posição firme contra qualquer forma de tutela externa sobre o território palestino. O encontro resultou em um consenso sobre a necessidade do autogoverno palestino na região.
O ministro das Relações Exteriores da Turquia, Hakan Fidan, após o encontro com representantes da Arábia Saudita, Catar, Emirados Árabes Unidos, Jordânia, Paquistão e Indonésia, declarou que “O povo palestino deve se autogovernar e garantir sua própria segurança”. Fidan também enfatizou a urgência da reconstrução e do retorno dos deslocados, sem a imposição de novos sistemas de tutela.
* O encontro contou com a participação de membros da Organização de Cooperação Islâmica (OCI), que anteriormente haviam se reunido com o presidente americano Donald Trump em Nova York, durante a Assembleia Geral da ONU
* Durante a reunião do Comitê Permanente para a Cooperação Econômica da OCI, o presidente turco Recep Tayyip Erdogan criticou a postura de Israel desde o início do cessar-fogo em 10 de outubro, destacando o aparente compromisso do Hamas com o acordo
* Fidan expressou o desejo de uma rápida reconciliação entre o Hamas e a Autoridade Palestina de Mahmud Abbas, visando fortalecer a representação palestina internacionalmente
A questão da força internacional de estabilização em Gaza também foi abordada durante o encontro. A Turquia manifestou interesse em participar dessa força, embora Israel tenha expressado rejeição à participação turca, considerando o país muito próximo ao Hamas. O plano de Donald Trump, que serviu como base para a trégua, prevê que essa força seja composta por tropas de países árabes e muçulmanos.
O ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Saar, advertiu que apenas países considerados “imparciais” poderão integrar a força de estabilização. Como exemplo das tensões existentes, uma equipe turca de resgate enviada para auxiliar na busca de corpos em Gaza ainda aguarda autorização para entrar no território palestino.