A Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) confirmou o sexto caso de botulismo no estado, marcando um surto incomum da doença. Dos seis pacientes afetados, três continuam hospitalizados, um recebeu alta médica e dois infelizmente faleceram devido à infecção causada pela toxina da bactéria Clostridium botulinum.
Eleuzina Falcão, coordenadora de Doenças e Agravos Transmissíveis da Sesab, forneceu detalhes sobre a situação:
Os casos foram identificados em diferentes municípios baianos: quatro em Campo Formoso, um em Senhor do Bonfim e um em Cícero Dantas (notificado em Ribeira do Pombal). Apesar da dispersão geográfica, todos os pacientes foram infectados pela mesma fonte: mortadela de frango.
‘No processo de investigação realizado através de prontuários, visitas domiciliares e até entrevista com pacientes, foi verificado que houve uma fonte comum de alimento’, explicou Eleuzina em vídeo divulgado pela Sesab.
A coordenadora ressaltou a raridade da doença, classificando a situação atual como um surto. Antes deste ano, apenas um óbito por botulismo havia sido registrado na Bahia, em 2007, com dois casos confirmados em todo o ano passado.
O botulismo alimentar, como nos casos reportados na Bahia, é a forma mais comum da doença. A contaminação ocorre pela ingestão de alimentos mal conservados ou produzidos inadequadamente.
Eleuzina Falcão descreveu os principais sintomas: ‘Normalmente, no caso da ingestão de alimento com essa toxina, a pessoa apresenta uma paralisia aguda flácida e simétrica, que ocorre dos dois lados, e apresenta um nível de consciência mantido’.
Outros sintomas incluem fraqueza muscular, voz fraca, vertigem, visão turva ou dupla, dificuldade para engolir e boca seca.
O Ministério da Saúde recomenda não consumir alimentos em conserva com embalagens danificadas ou alteradas, ferver produtos industrializados e conservas caseiras por pelo menos 15 minutos, manter boa higiene das mãos e evitar o consumo de mel por crianças menores de 2 anos.
A Sesab continua monitorando a situação e reforça a importância da vigilância e dos cuidados com a alimentação para prevenir novos casos de botulismo.