Ciro Gomes, ex-ministro e ex-governador do Ceará, manifestou seu desejo de construir uma proposta política de centro-esquerda no PSDB, buscando unir diferentes setores da sociedade. Em declarações feitas na terça-feira, 28, durante evento na Câmara dos Dirigentes Lojistas de Aracaju (SE), Ciro criticou seu antigo partido, o PDT, classificando-o como “puxadinho do PT”.
Recém-filiado ao PSDB, partido pelo qual já foi governador do Ceará em 1990, Ciro Gomes apresentou sua visão para uma nova direção política:
* Em seu discurso, defendeu a construção de uma proposta que reúna “de sindicatos a empresários do agronegócio, ao contrário do sectarismo que está aí”, demonstrando interesse em uma política mais abrangente.
* Sobre sua saída do PDT, Ciro afirmou que o partido “tinha essa estrada, mas infelizmente sucumbiu aos encantos do PT e virou puxadinho, o que não posso suportar”.
* Sua filiação ao PSDB, oficializada em 22 de novembro, é vista como estratégica para o partido reconquistar o comando do Ceará, com previsão de destinar entre 70% e 80% do fundo eleitoral para eleição de deputados em 2026.
O presidente do PSDB, Marconi Perillo, não descartou a possibilidade de uma candidatura de Ciro à Presidência, embora o tema não tenha sido discutido formalmente. “Seria desconhecer os fatos se não falássemos da importância que o Ciro tem nacionalmente”, declarou Perillo.
Ciro Gomes, que já enfrentou quatro derrotas nas urnas presidenciais, havia declarado em setembro que não pretendia mais se candidatar à Presidência: “Não quero mais ser candidato, não. Não quero mais importunar os eleitores.” No entanto, mantém-se na política por “responsabilidade” com o Ceará e com o País.
Durante seu evento de filiação, lideranças do PSDB demonstraram expectativa de que Ciro possa unificar a oposição contra o atual governador Elmano de Freitas (PT) em 2026. Embora não tenha confirmado candidatura ao governo estadual, Ciro declarou que “o tempo da libertação se aproxima” no Estado e que “morre pelo Brasil”, mas “mata pelo Ceará”.