Operação Contenção, considerada a maior já realizada no estado, mobilizou 2,5 mil agentes e causou grande impacto na mobilidade urbana e nos serviços públicos
Uma megaoperação das polícias Civil e Militar do Rio de Janeiro contra facções criminosas resultou na morte de mais de 60 pessoas e na prisão de outras 81, conforme dados consolidados das autoridades. Batizada de “Operação Contenção”, a ação foi deflagrada nesta terça-feira (28) nos complexos do Alemão e da Penha, na zona norte da cidade, com o objetivo de conter a expansão territorial do Comando Vermelho (CV).
De acordo com o governo estadual, a ação, que contou com 2,5 mil agentes, drones, helicópteros e veículos blindados, é a maior já realizada no Rio. Durante a investida, foram apreendidos ao menos 75 fuzis, segundo a polícia.
Confrontos e baixas
Os policiais foram recebidos com intensa troca de tiros ao adentrarem nas comunidades. Os criminosos utilizaram táticas como barricadas em chamas e até o lançamento de bombas através de drones contra as tropas de elite.
Entre os mortos estão quatro policiais. Dois agentes da Polícia Civil foram identificados: Marcos Vinicius Cardoso Carvalho, 51 anos, conhecido como Máskara e chefe da 53ª DP (Mesquita), e Rodrigo Velloso Cabral, 34, da 39ª DP (Pavuna).
Prisão de líder e alcance da operação
Durante uma coletiva de imprensa, as autoridades confirmaram a prisão de um dos alvos principais: Thiago do Nascimento Mendes, o “Belão do Quitungo”, considerado braço direito de Edgard Alves de Andrade, o Doca, principal líder do CV na região. A operação cumpria 51 mandados de prisão e foi resultado de mais de um ano de investigações.
Impacto na população
A operação causou paralisia em várias regiões da cidade. A circulação de ônibus foi severamente afetada, com 120 linhas tendo seus itinerários alterados e mais de 20 veículos sequestrados por criminosos para a formação de barricadas. A empresa Rio Ônibus informou que não consegue mais apurar todas as ocorrências.
Além da mobilidade, os serviços públicos foram suspensos: cinco unidades de saúde e 43 escolas tiveram suas atividades interrompidas por conta dos confrontos.
A operação contou com a participação do Ministério Público e teve seu monitoramento centralizado no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC).