Uma descoberta arqueológica recente no Mediterrâneo pode mudar o que sabemos sobre Cleópatra, a última faraó do Egito. A arqueóloga Kathleen Martínez, da National Geographic, encontrou um porto submerso próximo a Borg El Arab, nas proximidades do antigo templo Taposiris Magna, com o apoio do renomado explorador Bob Ballard, conhecido por descobrir o Titanic.
Durante duas décadas, Martínez tem investigado áreas subterrâneas ao redor de Taposiris Magna, desafiando teorias anteriores que apontavam o túmulo de Cleópatra próximo ao palácio real de Alexandria. O Ministério do Turismo e Obras Arqueológicas do Egito oficializou a descoberta em setembro de 2025, revelando que o local era mais que um templo, sendo também um importante centro comercial na antiguidade.
* A equipe encontrou em 2022 um túnel de 1,3 km de extensão sob o templo, localizado a 12 metros de profundidade, que pode ter sido usado para transportar o corpo da rainha até sua sepultura final.
* O templo era dedicado à deusa Ísis, com quem Cleópatra se identificava fortemente. “Ela não queria morrer como escrava ou prisioneira. Ela queria morrer como filha de Ísis”, explica Martínez.
* “Isso torna o templo realmente importante”, afirmou Martínez à National Geographic, acrescentando que o local “tinha todas as condições para ser escolhido para Cleópatra ser enterrada com Marco Antônio”.
A busca pelo túmulo tem sido dificultada por terremotos ocorridos entre 320 e 1303 d.C., que enterraram diversos vestígios históricos. Cleópatra VII, nascida em 69 a.C., foi uma governante excepcional, conhecida por sua inteligência e habilidade política. Segundo Martínez, ela era “filósofa, médica, química e até especialista em cosméticos”.
A história de Cleópatra é marcada por alianças políticas importantes, primeiro com Júlio César e depois com Marco Antônio, com quem teve três filhos. Após a derrota na Batalha de Ácio em 31 a.C., Marco Antônio tirou a própria vida, e Cleópatra faleceu logo depois, aos 39 anos.