O presidente Luiz Inácio Lula da Silva iniciou sua viagem pelo sudeste asiático com uma importante visita à Indonésia, onde foi recebido pelo presidente Prabowo Subianto para a assinatura de acordos econômicos estratégicos. O encontro marca um momento significativo nas relações entre os dois países, que são membros do BRICS e compartilham desafios comuns no cenário internacional.
Durante a visita ao palácio presidencial em Jacarta, foram firmados acordos importantes em diversos setores estratégicos:
* Os presidentes acompanharam a assinatura de acordos nas áreas de petróleo, gás e energia elétrica, estabelecendo bases para cooperação energética entre as nações
* Parcerias em tecnologia, mineração e agricultura também foram contempladas, ampliando o escopo da cooperação bilateral
* Foi discutida a possibilidade de um acordo de livre comércio entre a Indonésia e o Mercosul, bloco que inclui Brasil, Argentina, Paraguai, Bolívia e Uruguai
Lula destacou a necessidade de fortalecer as relações comerciais entre os países, questionando: “Como é possível que dois países tão importantes no mundo, como Indonésia e Brasil, que juntos somam quase 500 milhões de habitantes, tenham um comércio de apenas 6 bilhões de dólares? É pouco para a Indonésia e é pouco para o Brasil”.
Em um contexto de tensões comerciais globais, ambos os países enfrentam desafios com tarifas impostas pelos Estados Unidos – 19% para produtos indonésios e 50% para produtos brasileiros. Diante desse cenário, Lula enfatizou: “A Indonésia e o Brasil não querem uma segunda Guerra Fria. Queremos livre comércio (…), queremos multilateralismo, não unilateralismo”.
Os líderes também demonstraram compromisso com questões ambientais. “Somos dois dos países com maiores florestas tropicais e maior biodiversidade do mundo. Também somos grandes produtores de biocombustíveis, que terão um papel fundamental na transição (…). Indonésia e Brasil trabalharão juntos”, afirmou Lula.
O comércio total entre Brasil e Indonésia alcançou 4,3 bilhões de dólares entre janeiro e agosto, segundo dados do governo indonésio. A Indonésia, que aderiu ao BRICS em janeiro, representa o quinto maior parceiro comercial do Brasil na região.
Após esta etapa, Lula seguirá para a Malásia, onde participará da reunião de cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), com possibilidade de encontro com o presidente americano Donald Trump.