O presidente Luiz Inácio Lula da Silva realizou nesta segunda-feira (20) uma cerimônia coletiva para receber as credenciais de 28 novos embaixadores no Brasil. Durante o evento, defendeu enfaticamente a soberania da América Latina e ressaltou a prioridade de manter a região como uma zona de paz.
Em seu pronunciamento aos diplomatas estrangeiros, Lula destacou: “Somos um continente livre de armas de destruição em massa, sem conflitos étnicos ou religiosos. Intervenções estrangeiras podem causar danos maiores do que o que se pretende evitar”.
O presidente abordou a atual conjuntura regional, observando que a América Latina atravessa “um momento de crescente polarização e instabilidade”. Dirigindo-se aos novos embaixadores, garantiu que receberão tratamento especial do Itamaraty, enfatizando a importância do multilateralismo e das relações cordiais entre as nações.
Em contexto recente, o Brasil, junto com outros países latino-americanos, expressou “profunda preocupação” com movimentações militares “extra-regionais” na área do Caribe, numa referência indireta às ações militares dos Estados Unidos próximas à Venezuela.
Durante seu discurso, Lula também compartilhou realizações de sua política internacional, mencionando visitas a 37 países durante seu terceiro mandato. Destacou ainda importantes eventos multilaterais que o Brasil sediará, incluindo a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima em novembro e a Cúpula do Mercosul em dezembro.
A cerimônia, que normalmente ocorre em reuniões privadas no gabinete presidencial, foi realizada de forma coletiva devido a questões de agenda. Os novos embaixadores representam 28 nações, incluindo países da Europa, Ásia, África e Américas.
A apresentação das cartas credenciais ao presidente é uma formalidade diplomática essencial que amplia as prerrogativas de atuação dos embaixadores no Brasil. Sem esta credencial, os diplomatas ficam impossibilitados de representar seus países em audiências ou solenidades oficiais.