A Índia anunciou a abertura de seu mercado para a importação de derivados de ossos bovinos, chifres e cascos provenientes do Brasil. O anúncio ocorreu durante missão oficial do governo brasileiro ao país asiático, conduzida pelo vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin na última sexta-feira.
Os certificados que autorizam a entrada desses produtos brasileiros no mercado indiano foram oficialmente entregues durante reunião bilateral entre Varsha Joshi, secretária-adjunta de Pecuária e Lácteos da Índia, e Marcel Moreira, secretário-adjunto de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura brasileiro.
“Essas aberturas demonstram que o Brasil tem capacidade de aproveitar integralmente o potencial dos nossos rebanhos, agregando valor a cada parte dos animais. A exportação desses produtos contribui diretamente para a competitividade das cadeias pecuárias brasileiras”, destacou Moreira, que também ressaltou a importância desses produtos para diferentes segmentos industriais, incluindo alimentos, química e farmacêutica.
Durante as negociações, foram discutidos avanços para a exportação de outros produtos brasileiros:
* Material genético avícola e produtos de alimentação animal
* Itens da reciclagem animal
* Pulses e erva-mate, que são de particular interesse do lado brasileiro
Em outro encontro significativo, representantes do Ministério da Agricultura brasileiro reuniram-se com Ajeet Kumar Sahu, secretário-adjunto de Agricultura e Bem-Estar dos Agricultores da Índia. Na ocasião, o governo indiano manifestou interesse em estabelecer equivalência de padrões para análises de risco de pragas, visando agilizar processos comerciais.
A missão também abordou a implementação do Memorando de Entendimento entre a Embrapa e o Conselho Indiano de Pesquisa Agrícola (ICAR), assinado em julho, focado na cooperação em pesquisa agropecuária.
“Existe um enorme potencial para ampliar o acesso dos produtos do agronegócio brasileiro na Índia. O aumento da renda e do consumo no país tem impulsionado a demanda por pulses, proteínas e frutas, segmentos em que o Brasil pode ser um parceiro estratégico. A missão tem o objetivo de fortalecer a aproximação e cooperação e avançar nas avaliações técnicas para aberturas de mercado”, concluiu Moreira.