Os preços do petróleo registraram queda significativa nesta terça-feira, 14, revertendo a breve recuperação observada no dia anterior. O mercado reagiu negativamente às crescentes tensões comerciais entre Estados Unidos e China, especialmente após a imposição mútua de taxas portuárias sobre embarcações, além das preocupações persistentes com o excesso de oferta da commodity.
O petróleo WTI negociado na New York Mercantile Exchange (Nymex) encerrou o dia com recuo de 1,33% (US$ 0,79), cotado a US$ 58,70 o barril. O Brent, negociado na Intercontinental Exchange de Londres (ICE), apresentou queda de 1,47% (US$ 0,93), fechando a US$ 62,39 o barril.
A escalada do conflito comercial entre Washington e Pequim tem gerado apreensão no mercado, com potencial impacto na demanda global. A situação agravou-se após Pequim anunciar sanções contra cinco subsidiárias americanas de um estaleiro sul-coreano, em resposta à ameaça dos EUA de impor uma tarifa de 100% sobre produtos chineses.
Segundo o ANZ Research, “a indústria do petróleo continua a navegar por questões geopolíticas”. A perspectiva se torna ainda mais desafiadora com o aumento da produção pelos países da Opep+, alimentando preocupações sobre um possível superávit ainda maior.
A Ritterbusch destacou que o relatório mensal da Agência Internacional de Energia (AIE) foi “inusitadamente pessimista”, contribuindo para a tendência de baixa. A análise sugere que, embora os gráficos possam indicar uma queda do WTI para a faixa dos US$ 55, uma reversão acentuada poderia ocorrer caso surjam sinais positivos das negociações entre os presidentes Donald Trump e Xi Jinping.
O cenário é agravado pelo aumento na previsão de superávit pela AIE, que também apontou acúmulo de barris em estoques flutuantes e em trânsito, com expectativa de chegada aos principais centros de armazenamento em breve.