O Fundo Monetário Internacional (FMI) apresentou novas projeções econômicas para o Brasil, revelando um cenário misto para os próximos anos. A atualização considera principalmente o impacto das novas políticas comerciais dos Estados Unidos, que estabeleceram uma taxação de 50% sobre produtos brasileiros.
De acordo com o relatório Perspectiva Econômica Mundial (WEO), divulgado nesta terça-feira, dia 14, o FMI ajustou suas projeções para a economia brasileira, refletindo mudanças significativas no cenário econômico global.
* O crescimento do PIB para 2025 foi revisado para 2,4%, um aumento de 0,1 ponto percentual em relação à projeção anterior de julho
* Para 2026, último ano do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a previsão foi reduzida para 1,9%, uma queda de 0,2 ponto percentual
* A inflação ao consumidor (IPCA) deve atingir 5,2% em 2025, superior aos 4,4% registrados no ano anterior, com expectativa de desaceleração para 4,0% em 2026
* O desemprego apresenta tendência de alta, com projeção de 7,1% para 2025 e 7,3% para 2026, aumentando em relação aos 6,9% de 2024
O FMI destacou em seu documento: “Para o Brasil, a projeção para 2025 foi revisada para cima, mas a de 2026 foi revisada para baixo, em parte devido à maior taxa tarifária sobre as exportações do País para os Estados Unidos”.
Em comparação com outros mercados emergentes e em desenvolvimento, o Brasil deve crescer abaixo da média projetada de 4,2% para 2025 e 4,0% para 2026. No entanto, o país deve liderar o crescimento na América Latina e Caribe, onde a expansão estimada é de 2,4% tanto para 2025 quanto para 2026.
O Fundo também observou que a economia brasileira apresenta sinais de moderação, influenciada por políticas monetárias e fiscais restritivas. Em relação à inflação, o FMI aponta que as expectativas permanecem acima da meta do Banco Central, citando desafios fiscais como fator relevante, embora preveja um efeito positivo da recente apreciação da moeda entre o final de 2025 e 2026.