O senador e presidente do PP, Ciro Nogueira (PI), manifestou-se sobre a atuação do ministro Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal (STF), divergindo das críticas mais severas feitas por bolsonaristas. Em entrevista à Band, divulgada neste domingo, Nogueira expressou preocupação com o que considera um “excesso de ativismo judicial” no país, embora tenha rejeitado rótulos como “tirano” ou “ditador” frequentemente atribuídos ao ministro.
“Não acho isso não. Eu acho que existe hoje um excesso de ativismo judicial no nosso país”, declarou Nogueira, acrescentando que “é chegado o momento de dar um passo atrás, se não vamos ter uma eleição no ano que vem que a discussão será o Supremo, e isso é ruim para as instituições e para a democracia”.
Ao abordar o julgamento que resultou na condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado, Ciro Nogueira argumentou que os ministros deveriam ter se abstido do julgamento em favor de outros juízes, visando maior isenção devido aos “enfrentamentos” ocorridos. O senador também fez uma analogia com a Suprema Corte americana, sugerindo que os juízes brasileiros deveriam “falar mais nos autos e pararem de externar opinião sobre tudo”.
Em relação à vaga deixada pelo ministro Luís Roberto Barroso na Corte, Ciro Nogueira expressou esperança de que o presidente Lula (PT) faça uma “grande escolha”. O senador enfatizou a importância de selecionar “pessoas corretas e verdadeiros juízes”, independentemente de orientação política.
Quando questionado sobre as críticas recebidas por não apoiar pautas mais radicais, como o impeachment de Moraes, defendido por figuras como Silas Malafaia, Nogueira classificou tais propostas como “sem viabilidade nenhuma” e destinadas apenas a “criar palanque”.