DF tem 7 casos de violência escolar por dia, mostra levantamento da Polícia Civil

DF tem 7 casos de violência escolar por dia, mostra levantamento da Polícia Civil

Levantamento da Polícia Civil revela 1.349 ocorrências criminais em escolas do Distrito Federal entre janeiro e julho de 2025, com maior concentração no Plano Piloto

O Distrito Federal enfrenta uma preocupante realidade de violência escolar, com uma média de quase sete ocorrências criminais por dia em instituições de ensino. Segundo dados da Polícia Civil (PCDF), foram registrados 1.349 casos entre janeiro e julho de 2025, número que, embora represente uma leve redução em comparação a 2024, ainda mantém aceso o alerta sobre a segurança no ambiente escolar.

Um caso recente ilustra essa realidade: um pai foi preso em flagrante na Asa Sul após agredir fisicamente um adolescente de 16 anos com uma cabeçada e ameaçar de morte três estudantes, prometendo “pegar” as famílias dos jovens. O incidente teve início quando seu filho supostamente perdeu o celular na escola.

Distribuição Geográfica dos Casos

* O Plano Piloto lidera o ranking com 182 ocorrências
* Ceilândia aparece em segundo lugar com 168 registros
* Taguatinga ocupa a terceira posição com 125 casos
* Gama (115), Samambaia (96) e Planaltina (81) completam as áreas mais afetadas
* Varjão e Fercal apresentaram os menores índices, com duas e oito ocorrências respectivamente

Perfil das Ocorrências

* Ameaças lideram com 391 registros
* Lesão corporal aparece em segundo com 190 casos
* Injúria conta com 165 ocorrências
* Vias de fato somam 115 registros
* Furto de celular (43), bullying (42) e importunação sexual (27) completam o quadro

A análise demográfica revela que as mulheres são as principais vítimas, representando 55,8% dos casos. Os adolescentes entre 12 e 17 anos são o grupo mais vulnerável, concentrando 40% das ocorrências, seguidos por jovens de 18 a 24 anos (6,1%) e crianças de 6 a 11 anos (9,7%).

A especialista Miriam Abramovay, da FLACSO, afirma que “São fatores múltiplos e cotidianos da nossa sociedade, que, ao produzir e reproduzir padrões violentos e, muitas vezes, carregados de misoginia, homofobia, racismo etc, podem fazer com que tais comportamentos penetrem na escola e seu cotidiano”.

A Secretaria de Educação do DF, através da Assessoria Especial de Cultura de Paz nas Escolas, tem implementado iniciativas preventivas. Ana Goldstein, chefe da assessoria, destaca que “a violência é uma questão social. A escola é apenas o ambiente onde, por vezes, essas situações ocorrem”.

Entre as medidas adotadas, destaca-se o Caderno de Experiências Exitosas em Educação para a Paz, que compartilha boas práticas entre as escolas da rede pública. Um exemplo é o projeto Vem Comigo, do CEM 01 do Guará, que promove o protagonismo estudantil e a escuta ativa entre alunos.

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