A Polícia Civil de Minas Gerais desarticulou uma fábrica clandestina de bebidas que operava em uma residência na Região do Barreiro, em Belo Horizonte. Na operação, foram apreendidas mais de 1.600 garrafas de bebida semelhante à cachaça, resultando na prisão de um homem de 53 anos.
O caso, revelado nesta terça-feira, expôs um esquema sofisticado de produção ilegal de bebidas alcoólicas. As amostras do material apreendido foram encaminhadas para análise pericial para verificar a presença de metanol ou outras substâncias tóxicas.
* O suspeito havia transformado sua própria residência em uma indústria clandestina, utilizando um sistema de bombeamento que transportava a bebida do primeiro ao terceiro andar para realização do envase
* No local foram encontrados equipamentos completos para falsificação, incluindo maquinário para produção de rótulos, embalagens, envasamento e fechamento das tampas
* A polícia descobriu uma substância escura utilizada para tingir a bebida de amarelo, simulando cachaças envelhecidas em barris de carvalho
* Diversos rótulos de diferentes marcas foram apreendidos, evidenciando a amplitude da operação fraudulenta
Segundo o delegado Túlio Leno, “Ele tinha todo o maquinário para falsificação de rótulo, embalagem, envasamento, fechamento das tampas, impressora gráfica de rótulo. Ele tinha todo um aparato para fomentar aquele negócio e fazia aquilo de forma clandestina, o que demonstra que ele vendia muito”.
A investigação revelou condições precárias de produção, sem qualquer critério de higiene ou controle de qualidade. “O local era completamente inapropriado, sem critério nenhum de assepsia. Ele utilizava um modo muito arcaico, as garrafas estavam abertas, expostas, sem nenhum tipo de controle”, relatou o delegado.
Um caderno com anotações de possíveis pontos de venda foi encontrado na residência, sugerindo uma rede de distribuição das bebidas adulteradas no comércio local.
Paralelamente, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) investiga um possível caso de intoxicação por metanol em Belo Horizonte, envolvendo uma mulher de 48 anos, internada na UPA Nordeste. O perito criminal Sandro Chaves informou que as amostras serão analisadas tanto para metanol quanto para ácido fórmico, um metabólito tóxico resultante da transformação do metanol.