Dorli Kamkhagi: ‘Setembro Amarelo: uma conscientização sobre o risco do suicídio’

Dorli Kamkhagi: ‘Setembro Amarelo: uma conscientização sobre o risco do suicídio’

Campanha busca reduzir o estigma, promover empatia e fortalecer a prevenção ao suicídio

Estamos no mês de Setembro, um momento no qual existe uma campanha mundial que alerta para o risco do suicídio. Esta campanha surgiu nos Estados Unidos em 1994, após o suicídio de um jovem de 17 anos. Na ocasião, sua família tentou dar no funeral fitas amarelas simbolizando o sentido da vida e da ajuda.

Sabemos que cada vez mais o número de suicidios cresce no Brasil e no mundo. As causas são múltiplas e diversas, podemos listar a depressão e a vivência de solidão, assim como a perda de trabalho e a morte de familiares. Há ainda os casos de doenças crônicas e hereditárias, como os idosos com doenças terminais.

No Brasil, a campanha é realizada desde 2011 pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). Tem como um dos maiores objetivos alertar a população contra este grave problema social e psicológico (psiquiátrico), e também dar uma ajuda sócioeducativa para que as pessoas possam buscar lugares específicos e terem mais recursos para intervir e cuidar de seus familiares.

Podemos perceber como é triste o discurso da solidão, que muitas vezes leva a ideações suicidas. Quanto mais atento estivermos como profissionais de saúde e familiares, mais recursos teremos. É importante poder trabalhar e ter uma escuta menos julgadora e livre dos estigmas sociais, que acabam por aprisionar os nossos pacientes e familiares.

Também é essencial sabermos os lugares que estas pessoas podem ser atendidas, como o Capes e alguns hospitais que têm serviço psiquiátrico e psicológicos.

Além do momento da crise maior, é necessário um olhar mais atento e cuidadoso sempre nos nossos filhos adolescentes, nos nossos pais idosos e naqueles que vão se retirando de um convívio familiar e social. É importante que os profissionais e os familiares tenham uma escuta atenta assim como uma disponibilidade afetiva nos seus cuidados.

É bom lembrar que a campanha tem um objetivo que visa conscientizar a sociedade sobre a importância da prevenção ao suicídio, reduzir o estigma associado a este tema e promover a empatia e a solidariedade com aqueles que enfrentam problemas de saúde mental.

Não podemos esquecer de que 14 mil pessoas aqui no Brasil cometem o suicídio a cada ano, porém, podemos ajudar para que estes números diminuam a partir do momento que entenderemos que todos fazemos parte deste tecido social, que ajuda as pessoas a adoecerem.

Afinal, somos bio, psíquico, emocional, social e espiritual. E sempre podemos ajudar quem está em nosso entorno.

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Dorli Kamkhagi
Psicóloga e Psicoterapeuta de adultos, casais e famílias, mestre em Gerontologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Doutora em Psicologia Clínica pela PUC-SP, é colaboradora e supervisora de Grupos de Maturidade e Projetos sobre o Envelhecimento do Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).

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Dorli Kamkhagi
Psicóloga e Psicoterapeuta de adultos, casais e famílias, mestre em Gerontologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Doutora em Psicologia Clínica pela PUC-SP, é colaboradora e supervisora de Grupos de Maturidade e Projetos sobre o Envelhecimento do Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).
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