Reino Unido e Portugal se preparam para dar um passo histórico ao reconhecer oficialmente o Estado da Palestina neste domingo (21), desafiando a forte oposição dos Estados Unidos e de Israel. A decisão ocorre em um momento crucial, às vésperas da Assembleia Geral da ONU.
O movimento de reconhecimento da Palestina tem ganhado força nos últimos meses, especialmente entre países tradicionalmente aliados a Israel, em resposta à intensificação das operações militares israelenses na Faixa de Gaza, iniciadas após o ataque do Hamas em 2023.
* O Reino Unido, histórico aliado de Israel, fará seu anúncio oficial neste domingo, conforme antecipado pela imprensa britânica
* O primeiro-ministro Keir Starmer havia condicionado o reconhecimento em julho a uma série de compromissos israelenses, incluindo um cessar-fogo em Gaza
* David Lammy, vice-primeiro-ministro britânico, declarou à BBC: “O primeiro-ministro anunciará sua decisão mais tarde, analisando se estas condições foram cumpridas”
* Netanyahu, primeiro-ministro israelense, acusou Starmer de recompensar o “terrorismo monstruoso”
* Portugal confirmou através do Ministério das Relações Exteriores que reconhecerá o Estado da Palestina no domingo
* A decisão portuguesa foi influenciada pela “evolução extremamente preocupante do conflito” e preocupações sobre possíveis anexações de territórios palestinos
O contexto internacional para estas decisões é complexo, com uma reunião de cúpula na ONU programada para segunda-feira, copresidida pela França e Arábia Saudita, focada no futuro da solução de dois Estados. Atualmente, cerca de 75% dos 193 países membros da ONU já reconhecem o Estado palestino, proclamado em 1988.
O cenário atual é marcado por intensos conflitos, com Israel realizando uma ampla ofensiva militar em Gaza. Segundo dados oficiais, o ataque do Hamas em outubro de 2023 resultou em 1.219 mortes em Israel, enquanto as ações israelenses em Gaza já causaram mais de 65.062 mortes palestinas, conforme o Ministério da Saúde do Hamas.
A decisão de reconhecimento do Estado palestino por Reino Unido e Portugal representa um momento significativo nas relações diplomáticas internacionais, especialmente considerando o atual contexto do conflito no Oriente Médio.