Escândalo de corrupção na mineração abala governo Zema e ameaça pretensão presidencial

Escândalo de corrupção na mineração abala governo Zema e ameaça pretensão presidencial

Governador mineiro rompe mais de 24 horas de silêncio e promete “punição exemplar” após PF desarticular esquema bilionário que levou à exoneração de alto escalão do governo

A Operação Rejeito, deflagrada pela Polícia Federal na última quarta-feira (17), revelou um esquema bilionário de corrupção no setor de mineração em Minas Gerais que atingiu em cheio o alto escalão do governo Romeu Zema (Novo). O escândalo, considerado o maior desde que Zema assumiu o Executivo estadual em 2019, ameaça suas ambições presidenciais para 2026 e expôs frágeis mecanismos de controle em órgãos ambientais estaduais.

Pelo menos quatro dirigentes de órgãos ambientais e de patrimônio foram exonerados ou afastados dos cargos após serem citados nas investigações, que desvendaram uma organização criminosa especializada em fraudar licenças ambientais para mineradoras em troca de vantagens financeiras.

Diante da forte repercussão nacional, Zema manteve silêncio por mais de 24 horas antes de se manifestar. Somente na tarde de quinta-feira (18), durante passagem por São Paulo, o governador quebrou o silêncio: “Estamos dando todo apoio às investigações. Já havia suspeita por parte da Controladoria Geral do Estado, que já estava fazendo diversas averiguações. E eu espero que haja uma punição exemplar para aqueles que realmente estejam envolvidos em qualquer ato ilegal”.

A estratégia de contenção de danos, no entanto, já mostra sinais de fragilidade. Parlamentares da oposição na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) elevaram o tom contra o governador. “O governador Zema está pactuando com um crime de sonegação de impostos e quer ser presidente do país. Não vai conseguir chegar lá”, disparou o deputado Lucas Lasmar (Rede).

Esquema sofisticado e conexões perigosas

As investigações revelaram que a organização criminosa mantinha um sistema sofisticado de fraudes em licitações ambientais e movimentava milhões por meio de empresas de fachada. Calcula-se que as ações criminosas tenham rendido um lucro de, ao menos, R$ 1,5 bilhão ao grupo investigado, com projetos em andamento com potencial econômico superior a R$ 18 bilhões.

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