Mineração eleva custo de vida em até 10% em cidades de Minas, diz UFMG

Mineração eleva custo de vida em até 10% em cidades de Minas, diz UFMG

Estudo da UFMG revela que atividade mineradora aumenta preços em setores como habitação e saúde, impactando principalmente população de baixa renda

A presença da mineração em municípios brasileiros tem causado um impacto significativo no custo de vida da população local, com aumentos que podem chegar a 10% em comparação com cidades não mineradoras de perfil econômico similar. Esta é a principal conclusão de um estudo realizado pelo Instituto de Pesquisas Econômicas da UFMG (Ipead), encomendado pela Associação dos Municípios Mineradores (Amig).

O estudo revelou que alguns setores específicos apresentam variações ainda mais expressivas, chegando a 30% de diferença. Os principais aumentos foram identificados nas áreas de habitação, vestuário, saúde e despesas pessoais, sendo esta última categoria a que registrou as maiores variações.

Metodologia e Comparações

* A pesquisa analisou municípios de Minas Gerais e Pará, principais estados mineradores do Brasil, dividindo-os em três grupos com base em 14 variáveis, incluindo população, PIB e indicadores sociais.

* Foram selecionadas três cidades mineradoras para análise comparativa: Parauapebas (PA), Mariana (MG) e Conceição do Mato Dentro (MG), comparadas respectivamente com Belém, João Monlevade e Extrema.

* Os dados foram coletados em março, envolvendo 873 estabelecimentos e 2.352 cotações de preços em nove categorias de produtos e serviços.

Principais Resultados

* Em Parauapebas, alimentos e bebidas são 8% mais caros que em Belém, vestuário 30% e despesas pessoais 36%.

* Mariana apresenta custos 27% maiores em habitação e 24% em despesas pessoais em comparação com João Monlevade.

* Conceição do Mato Dentro registra preços 25% superiores em despesas pessoais, 19% em saúde e 16% em artigos de residência em relação a Extrema.

O estudo também identificou que as cidades mineradoras apresentam maior demanda por serviços públicos, incluindo internações hospitalares, exames médicos e atendimentos ambulatoriais por mil habitantes, além de maior procura por educação pública e assistência social.

O impacto é especialmente significativo para trabalhadores terceirizados e moradores sem vínculo com a mineração, que enfrentam maiores dificuldades para lidar com o aumento dos preços, enquanto funcionários diretos das mineradoras geralmente recebem benefícios adicionais como planos de saúde e educação para seus dependentes.

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