A Síria e Israel, nações que permanecem tecnicamente em estado de guerra desde 1948, estão próximos de estabelecer acordos significativos na área de segurança. Segundo informações divulgadas por uma fonte do ministério sírio das Relações Exteriores em Damasco, diversos acordos devem ser anunciados até o final deste ano.
“Há avanços nas negociações com Israel. Teremos vários acordos antes do final do ano, em primeiro lugar acordos militares e de segurança”, revelou a fonte, que solicitou anonimato.
O histórico de conflitos entre as duas nações remonta à criação do Estado de Israel em 1948. Um dos pontos mais sensíveis dessa relação é a ocupação das Colinas de Golã por Israel desde 1967, território tomado da Síria durante a Guerra dos Seis Dias. Diferentemente de outros países vizinhos como Egito e Jordânia, a Síria nunca estabeleceu relações diplomáticas normalizadas com Israel.
Uma mudança significativa ocorreu em dezembro do ano passado com a deposição do presidente sírio Bashar al Assad por uma coalizão de grupos armados islamistas. O novo governo, sob a liderança do ex-jihadista Ahmed al Sharaa, busca recuperar o país dos impactos da guerra civil iniciada em 2011 e já conseguiu a suspensão de diversas sanções internacionais.
Como parte desse processo de reaproximação diplomática, o ministro sírio das Relações Exteriores, Assad al Shaibani, realiza uma histórica viagem a Washington, a primeira em 25 anos, para discutir a suspensão das sanções remanescentes.
Entretanto, as tensões persistem. Em julho, Israel conduziu bombardeios contra alvos militares sírios em Damasco, alegando a proteção da minoria drusa na região de Sweida, onde confrontos com forças governamentais e beduínos resultaram em aproximadamente 1.400 mortes, majoritariamente de drusos, conforme dados do Observatório Sírio dos Direitos Humanos.