Organização criminosa desmontada pela PF tinha líder, “diretor” de propina e investidores

Organização criminosa desmontada pela PF tinha líder, “diretor” de propina e investidores

PF deflagra operação contra organização criminosa que fraudava licenciamentos de mineração em Belo Horizonte e região, cumprindo 79 mandados de busca

A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira (17) a Operação Rejeito, que investiga uma organização criminosa especializada em fraudes de licenciamento para atividades de mineração em Belo Horizonte e Região Metropolitana. A ação resultou em 79 mandados de busca e apreensão e 22 prisões preventivas.

A investigação revelou uma estrutura complexa dividida em diferentes núcleos operacionais, envolvendo empresários, ex-agentes públicos e empresas de fachada. O esquema incluía movimentações financeiras fraudulentas, criação de empresas fictícias e articulações com órgãos governamentais.

Principais envolvidos e suas funções

* Alan Cavalcante do Nascimento é apontado como líder da organização, sendo o responsável pela estruturação empresarial e movimentações financeiras do grupo

* O ex-deputado estadual João Alberto Paixão Lages atuava como “Diretor de Relações Interinstitucionais”, coordenando a articulação com o poder público e o pagamento de propinas

* Helder Adriano de Freitas exercia o papel de “diretor operacional”, estudando áreas de exploração mineral e identificando laranjas para novas empresas

* Luiz Alberto Monteiro de Barros e Luis Felipe Ribeiro Monteiro de Barros, pai e filho, foram identificados como os principais investidores, tendo aportado aproximadamente R$ 7 milhões entre 2020 e 2024

Esquema operacional e empresas envolvidas

* A Fleurs Global Mineração Ltda. é identificada como núcleo financeiro da organização, tendo movimentado R$ 4,3 bilhões em operações suspeitas

* A Minerar Participações SA. funcionava como instrumento do núcleo central, tendo como sócios os principais articuladores do esquema

* A Gute Sicht Ltda., que já atuou na exploração da Serra do Curral, foi o ponto de partida das investigações

Entre os presos está o ex-diretor da Polícia Federal em Minas Gerais, Rodrigo de Melo Teixeira, suspeito de proteger as atividades ilícitas da organização. Também foi detido Rodrigo Gonçalves Franco, então presidente da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), acusado de manipular processos de licenciamento ambiental mediante propina.

A operação também identificou o envolvimento de membros da Agência Nacional de Mineração (ANM), incluindo seu diretor Caio Mário Trivellato Seabra Filho, o ex-diretor nacional Guilherme Santana Lopes Gomes e o gerente regional Leandro César Ferreira de Carvalho, que facilitavam autorizações e forneciam informações privilegiadas.

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