A Polícia Federal (PF) deflagrou uma operação contra um esquema de corrupção no setor de mineração, tendo como principal alvo a holding Minerar S/A. A investigação revelou uma organização criminosa especializada em fraudar licenças ambientais através do pagamento de propinas a agentes públicos federais e estaduais em Minas Gerais.
A operação, iniciada na manhã desta quarta-feira (17), mobilizou agentes para o cumprimento de 22 mandados de prisão e 79 mandados de busca e apreensão em Belo Horizonte e outras regiões do estado. O grupo investigado engloba um conglomerado de mais de 40 empresas, liderado pela Minerar S/A, com atuação na exploração de minério de ferro em áreas críticas do estado.
* Alan Cavalcante do Nascimento, identificado como líder do grupo criminoso
* Helder Adriano de Freitas, sócio na empresa mineração Gutesiht e responsável pela articulação com servidores públicos
* João Alberto Paixão Lages, também sócio e articulador do esquema
* Fernando Baliani da Silva, funcionário da FEAM
* Breno Esteves Lasmar, do IEF
* Fernando Benício de Oliveira Paula, do Copam
De acordo com o inquérito iniciado em 2020, o grupo obteve autorizações e licenças para extração de minérios em áreas tombadas e com alto risco de desastres, próximas a unidades ambientais. A organização criminosa estruturou uma rede complexa de empresas e operadores para manter empreendimentos minerários ilegais através de diversos crimes, incluindo corrupção ativa e passiva, tráfico de influência, fraudes documentais e lavagem de dinheiro.
A investigação revelou que mais de R$ 3 milhões foram distribuídos em propinas a agentes públicos, incluindo pagamentos mensais para favorecer os interesses do grupo. Os órgãos envolvidos incluem a Agência Nacional de Mineração (ANM), IPHAN, Fundação Estadual do Meio Ambiente de Minas (FEAM), Secretaria de Estado do Meio Ambiente, entre outros.
Como resultado da operação, a Justiça Federal determinou o sequestro e bloqueio de bens no valor de R$ 1,5 bilhão dos investigados.