O Ministério Público de São Paulo (MPSP) expandiu sua investigação sobre o Corinthians, inicialmente focada em questões financeiras, para incluir possíveis conexões com o Primeiro Comando da Capital (PCC). A ampliação ocorreu após o depoimento do presidente do Conselho Deliberativo, Romeu Tuma Júnior, que alertou sobre a infiltração do crime organizado no clube.
A investigação, que começou analisando o uso de cartões corporativos e relatórios de despesas da presidência, ganhou novos contornos com evidências preocupantes:
* O promotor Cássio Roberto Conserino identificou suspeitas de que jogadores corintianos, incluindo Fausto Vera, Rodrigo Garro e Talles Magno, teriam utilizado um imóvel ligado a José Carlos Gonçalves, conhecido como “Alemão”, suposto integrante do crime organizado
* Em 2024, investigações anteriores já haviam apontado que parte dos recursos do contrato com a ex-patrocinadora VaideBet teria sido direcionada a empresas vinculadas à facção criminosa
* O caso também envolve a participação de Rafael Maeda Pires, conhecido como “Japa do PCC”, em negociações relacionadas aos jogadores Du Queiroz e Igor Formiga
O Procedimento Investigatório Criminal (PIC), aberto em 30 de julho, analisa possíveis crimes de apropriação indébita, estelionato, furto qualificado, falsidade ideológica e associação criminosa. A investigação abrange as gestões de Andrés Sanchez, Duilio Monteiro Alves e o atual mandato de Augusto Melo.
O MP solicitou à Justiça o afastamento dos três últimos presidentes do Corinthians em 21 de agosto, antes da eleição que elegeu Osmar Stabile para o cargo até 2026. Até o momento, não houve decisão judicial sobre esse pedido nem sobre a quebra de sigilo dos cartões corporativos.
O clube afirma ter fornecido parte da documentação solicitada, incluindo relatórios de despesas da presidência, embora a promotoria ainda não tenha confirmado oficialmente o recebimento. A investigação também examina a possível emissão de notas frias em contratos de prestação de serviços.