O presidente venezuelano Nicolás Maduro denunciou que os Estados Unidos estão preparando uma “agressão de caráter militar” contra a Venezuela, elevando as tensões entre os dois países. A acusação vem após recentes operações militares americanas no Mar do Caribe contra supostas embarcações de narcotraficantes.
“Há uma agressão em andamento, de caráter militar, e a Venezuela está autorizada pelas leis internacionais a enfrentá-la”, declarou Maduro desde o Palácio de Miraflores. O mandatário venezuelano caracterizou as ações americanas como uma “agressão total” que se manifesta em diferentes frentes.
* Donald Trump anunciou um novo ataque contra embarcações suspeitas de narcotráfico no Mar do Sul do Caribe, resultando na morte de três pessoas. Esta foi a segunda operação em apenas 13 dias.
* “Nesta manhã, sob minhas ordens, as forças militares dos EUA conduziram um segundo ataque cinético contra cartéis extraordinariamente violentos do tráfico de drogas e contra narcoterroristas”, declarou Trump, advertindo que “Se você está transportando drogas que possam matar americanos, nós o caçaremos”.
* Em resposta, Maduro afirmou: “É uma operação militar para amedrontar e para buscar uma mudança de regime, desestabilizar a Venezuela, parti-la em pedaços, como fizeram com a Líbia e com a Síria, e apoderar-se e roubar nosso petróleo, nosso gás, nosso ferro e nosso ouro, e isso não aconteceu, nem vai acontecer”.
O General de brigada Antonio Rivero González, analista militar venezuelano, sugere que as ações militares dos EUA podem se estender a alvos específicos, incluindo líderes do governo como Maduro, Diosdado Cabello e Vladimir Padrino López. Segundo ele, qualquer operação precisaria incluir um plano para garantir a estabilidade do país após uma possível mudança de regime.
Vale ressaltar que as relações diplomáticas entre Washington e Caracas estão rompidas há seis anos, embora recentemente tenha havido tentativas de reaproximação para discussão de temas específicos, como troca de prisioneiros e deportação de migrantes. O incidente anterior, ocorrido em 2 de setembro, resultou em 11 mortes após um ataque americano a uma lancha supostamente utilizada por “narcoterroristas”.