A CPMI do INSS reagiu de forma imediata à ausência do investigado Antônio Carlos Camilo, conhecido como “Careca do INSS”, na sessão desta segunda-feira. Como resposta, o presidente da comissão, senador Carlos Viana (Podemos-MG), determinou uma sessão extraordinária para esta terça-feira (16/9) visando a votação de seis requerimentos de convocação em caráter urgente.
Os novos convocados para prestar depoimento incluem pessoas com vínculos diretos a empresas e operações financeiras sob investigação:
* Tânia Carvalho dos Santos, esposa de Antônio Carlos Camilo
* Romeu Carvalho Antunes, filho do investigado
* Rubens Oliveira Costa e Milton Salvador de Almeida Júnior, sócios
* Cecília Montalvão, esposa de Maurício Camisotti
* Nelson Wiliams, advogado alvo de operação da Polícia Federal
O presidente da CPMI, senador Carlos Viana, manifestou sua insatisfação com o descumprimento do acordo estabelecido pela defesa de Camilo. “É uma resposta da CPMI à falta de seriedade do advogado de defesa. Não estamos aqui apenas para ocupar espaço, mas para dar respostas ao povo brasileiro”, declarou o senador, enfatizando que a presença dos convocados é obrigatória, mesmo que optem pelo direito ao silêncio.
Viana também expressou críticas às decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) que têm concedido habeas corpus para dispensar investigados de comparecer às sessões. O senador defendeu a necessidade de alterações na legislação das CPIs para garantir maior clareza sobre a obrigatoriedade dos depoimentos, afirmando que “Não há motivo para que outro poder interfira nas decisões do Parlamento, atrasando investigações”.
Além da sessão extraordinária de terça-feira, novas convocações estão programadas para quinta-feira (18/9), incluindo diretores e ex-presidentes do INSS e de associações do setor. A comissão já aprovou aproximadamente 400 pedidos de quebras de sigilo, que fundamentam as investigações em curso.
O presidente da comissão ressaltou que as quebras de sigilo bancário e telefônico são fundamentais para o avanço das investigações. “Mais cedo ou mais tarde, os inquéritos em curso serão compartilhados conosco. Se os convocados não quiserem colaborar, a Polícia Federal e os dados obtidos darão as respostas necessárias”, concluiu.