Um estudo realizado pelo Sebrae Nacional, baseado em dados do Banco Central, revelou uma disparidade significativa nas taxas de juros aplicadas a mulheres empreendedoras em comparação com homens. A pesquisa “O financiamento do empreendedorismo feminino no Brasil: um panorama do mercado de crédito” mostrou que as mulheres pagam em média 40,6% ao ano, enquanto homens pagam 36,8%.
A desigualdade no acesso ao crédito se manifesta em diversos aspectos:
* No Ceará, as microempreendedoras individuais enfrentam taxas de 58,42% ao ano, significativamente superiores à média geral do segmento que é de 40,72%
* No Rio de Janeiro, a situação é ainda mais crítica, com MEIs femininas pagando 60,49% ao ano, contra 47,96% para pequenos negócios em geral
* Em Sergipe, as mulheres arcam com custos de 58,54% ao ano, enquanto a média geral é de 36,42%
Apesar de representarem 40% das 23,1 milhões de operações realizadas no primeiro trimestre de 2024, as mulheres obtiveram apenas 29,4% dos R$ 109 bilhões disponibilizados em empréstimos para o segmento.
* Mulheres possuem menos patrimônios em nome próprio, o que afeta a análise de garantias pelos bancos
* Tendem a atuar em negócios com menor volume de investimento
* Utilizam modalidades de crédito mais caras, como cartão de crédito, com taxas que chegam a 188% ao ano para mulheres, contra 136,6% para homens
É importante ressaltar que o estudo demonstrou que a taxa de inadimplência é praticamente igual entre empresas geridas por homens (7,1%) e mulheres (7,6%), refutando argumentos sobre maior risco em empréstimos para mulheres.