O Brasil enfrenta uma preocupante realidade em relação aos casos de envenenamento, registrando uma média anual de 4.551 ocorrências entre 2009 e 2024. Segundo dados divulgados pela Abramede, isso representa aproximadamente 379 casos mensais, ou um caso a cada duas horas de atendimento nas emergências da rede pública de saúde.
Do total de casos registrados, 3.461 pacientes foram internados via Sistema Único de Saúde (SUS) por intoxicação proposital causada por terceiros, evidenciando um cenário alarmante de violência por envenenamento no país.
* Produtos químicos não especificados lideram as ocorrências com 6.556 casos
* Drogas, medicamentos e substâncias biológicas não especificadas somam 6.407 registros
* Substâncias químicas nocivas não especificadas totalizam 5.104 casos
* A região Sudeste concentra quase metade dos casos, com mais de 19 mil ocorrências em 10 anos
* São Paulo lidera com 10.161 registros, seguido por Minas Gerais com 6.154
* A região Sul aparece em segundo lugar com 9.630 atendimentos, destacando-se Paraná (3.764) e Rio Grande do Sul (3.278)
O perfil das vítimas revela uma predominância masculina, com 23.796 registros. A faixa etária mais afetada é de adultos jovens entre 20 e 29 anos, com 7.313 casos, seguida por crianças de 1 a 4 anos, com 7.204 registros.
Casos recentes demonstram a gravidade da situação. Em dezembro de 2024, três pessoas de uma família faleceram em Torres (RS) após consumirem bolo contaminado com arsênio. Em janeiro de 2025, uma ceia de Réveillon em Parnaíba (PI) resultou em cinco mortes por envenenamento. Em abril, duas crianças perderam a vida em Imperatriz (MA) após comerem um ovo de Páscoa envenenado, e em Natal (RN), um açaí contaminado causou a morte de uma bebê.