O ex-ministro da Previdência Carlos Lupi prestou depoimento à CPMI do INSS nesta segunda-feira (08 de setembro), onde afirmou estar sofrendo injustiças e citou passagens bíblicas para defender sua posição. Durante sua fala, Lupi manifestou confiança na resolução do caso e na punição dos verdadeiros responsáveis.
Em um momento de seu depoimento, Lupi declarou: “Os injustiçados serão enaltecidos. Eu aguardo o tempo de ver quem cometeu o crime ser preso e eu assistir ao nosso aposentado ser ressarcido”.
O ex-ministro ressaltou que não está entre os investigados. “Não sou alvo da apuração e não há nenhuma citação ao meu nome. Já foram realizadas inúmeras investigações e depoimentos, mas nunca apareci em nenhum deles”, declarou.
Lupi também rejeitou qualquer suspeita de participação em irregularidades. “É natural que eu possa ter cometido equívocos, afinal, errar é humano. Mas nunca agi de má-fé nem encobri desvios”, garantiu.
Ele ainda responsabilizou instituições financeiras por tentarem prejudicá-lo após a redução das taxas dos consignados e a abertura do mercado para mais concorrentes. “Foi aí que começou o embate com os bancos, que passaram a me querer fora do jogo. Mas sigo firme e não vou deixar de lutar”, disse.
O ex-ministro foi questionado pelo relator, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), sobre como tomou conhecimento das fraudes envolvendo descontos indevidos em benefícios de aposentados e pensionistas.
“Nós já tínhamos começado a tomar medidas para coibir isso. (…) Mas a atitude que a gente teve de tentar coibir ou orientar o INSS para coibir isso, foi aquele número bem menor do que foi depois das apurações que agora surgiram com a ação da Polícia Federal, que tem um poder de polícia que eu nunca tive e nem quero ter”, declarou Lupi durante a sessão.
A oposição acompanha o caso com particular interesse, buscando estabelecer possíveis conexões entre as fraudes e o governo Lula. A CPMI atualmente analisa 1.630 requerimentos, que incluem pedidos de convocação de figuras políticas proeminentes, como os ex-presidentes Dilma Rousseff, Michel Temer, Jair Bolsonaro e o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva, além de 12 ex-presidentes do INSS.
As próximas audiências da comissão já estão agendadas. O empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, será ouvido em 15 de setembro, seguido por Maurício Camisotti no dia 18. Ambos são investigados pela Polícia Federal no âmbito das fraudes descobertas.