O Gigante da Pampulha completa 60 anos como palco das maiores glórias da Raposa e símbolo máximo do futebol mineiro
O futebol mineiro tem um antes e depois da inauguração do Mineirão. No dia 5 de setembro de 1965, o Gigante da Pampulha abria suas portas e, junto com ele, uma nova era começava para o Cruzeiro Esporte Clube. Desde então, clube e estádio se confundem em títulos, história e paixão. Se o Mineirão é o maior estádio de Minas, é porque se tornou a casa do Maior de Minas.
O impacto foi imediato. Logo no ano de estreia, o Cruzeiro conquistou o Mineiro de 1965, iniciou a sequência do pentacampeonato estadual (1965-1969) e formou um time lendário que conquistaria a Taça Brasil de 1966, batendo o Santos de Pelé na decisão. Esse título foi um divisor de águas: Minas Gerais deixava de ser coadjuvante e o Cruzeiro se afirmava como potência nacional.
Outras noites épicas se somariam. Quem não se lembra da Libertadores de 1997, com as defesas milagrosas de Dida e o gol de Elivelton contra o Sporting Cristal, que levaram a Raposa à América? Ou da Copa do Brasil de 2000, decidida com uma falta magistral de Geovanni, que explodiu o Gigante e entrou para a história? Esses jogos são eternos porque o palco era o mesmo: o Mineirão.
No total, foram 38 títulos conquistados no estádio, entre Brasileiros, Copas do Brasil, Estaduais e a Libertadores. E como esquecer a maior marca da história do estádio? 132.834 torcedores em 1997, no duelo entre Cruzeiro e Villa Nova, recorde absoluto que jamais será quebrado. É a prova de que a torcida celeste é a maior e mais presente de Minas Gerais.
O Mineirão também foi cenário para os clássicos mais memoráveis. No primeiro encontro dentro do estádio, vitória azul por 1 a 0, gol de Tostão, em outubro de 1965. Quatro anos depois, diante de 129.296 pessoas, a Raposa venceu novamente por 1 a 0, gol de Natal, no maior público já registrado em um clássico mineiro.
O Gigante ainda foi palco de momentos internacionais inesquecíveis. O Cruzeiro é o único clube mineiro que já disputou um Mundial de Clubes dentro do Mineirão. Em 1976, diante do poderoso Bayern de Munique, a Raposa arrancou um empate heroico por 0 a 0, no jogo de ida da Copa Intercontinental, diante de mais de 110 mil torcedores.
O Mineirão é futebol, mas também é cultura. Foi eternizado no clipe da música “Uma partida de Futebol” do Skank, que retrata a relação única da arquibancada com o time e o estádio. E é também gastronomia: quem nunca matou a fome com um tropeiro do Mineirão antes da bola rolar? Uma iguaria que é patrimônio afetivo do torcedor, tão tradicional quanto o próprio grito de gol.
Reformado para a Copa do Mundo de 2014, o estádio reabriu em 2013 da forma mais simbólica possível: vitória do Cruzeiro sobre o Atlético por 2 a 1, gols de Dagoberto e um contra de Marcos Rocha. Porque no Gigante, o roteiro é sempre o mesmo: festa celeste.
Por tudo isso, não há como separar a história do Cruzeiro da história do Mineirão. São 60 anos de glórias, títulos e momentos inesquecíveis. Na minha concepção, time grande joga em estádio grande. E como o Mineirão é o maior estádio de Minas, nada mais justo que seja a casa do maior clube do Estado.
Parabéns, Mineirão! 60 anos de glórias, história e tropeiro. A casa do Cruzeiro, a Toca IV.