Esposa de assassino do gari Laudemir é indiciada por ceder arma a marido

Esposa de assassino do gari Laudemir é indiciada por ceder arma a marido

Delegada da Polícia Civil de Minas Gerais permitia que marido usasse arma institucional

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) concluiu as investigações que resultaram no indiciamento da delegada Ana Paula Lamego Balbino Nogueira por permitir que seu marido, Renê da Silva Nogueira Júnior, utilizasse sua arma profissional. Renê é acusado do homicídio do gari Laudemir, ocorrido em 11 de agosto.

De acordo com documentos da investigação entregues à Justiça, ficou comprovado que Renê tinha acesso não apenas à pistola glock calibre .380 usada no crime, mas também à pistola glock calibre 9mm pertencente à PCMG. A delegada poderá responder por porte ilegal de arma de fogo, conforme previsto na Lei de Desarmamento.

Detalhes da Investigação

* A quebra do sigilo telefônico do acusado revelou conversas entre o casal que confirmam o consentimento de Ana Paula Lamego para o uso das armas pelo marido
* O delegado Matheus Moraes informou que várias mensagens foram apagadas no dia do crime, e a comunicação passou a ser feita por ligações via aplicativo de mensagem
* Caso seja condenada, a delegada poderá receber pena de 2 a 4 anos de prisão, com possibilidade de aumento em 50% por ser servidora pública

A Corregedoria da PCMG instaurou procedimento administrativo para investigar a participação da delegada no crime. Ana Paula Lamego encontra-se afastada de suas funções para tratamento de saúde no Hospital da Polícia Civil por 60 dias, prazo que pode ser prorrogado por mais dois meses.

O porta-voz da PCMG, delegado Saulo Castro, esclareceu que a investigação administrativa continua em andamento e, após o término da licença médica, caso não haja impedimento legal, a delegada poderá retornar às suas atividades. As penalidades possíveis variam desde repreensão até demissão.

Liliane França da Silva, viúva do gari Laudemir, manifestou decepção com a delegada após o indiciamento. “Eu sinceramente esperava que ela fosse [vítima de Renê], mas depois de tudo que vi hoje, não tem como ela ser tão vítima assim”, declarou.

As investigações também revelaram que Renê possui “fascínio” por armas de fogo e pelo “poder” que o armamento lhe conferia. Foram encontradas em seu celular imagens exibindo diversas armas e vídeos realizando disparos, além de fotos com o distintivo da esposa delegada.

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