A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do INSS inicia seus trabalhos nesta terça-feira, marcada por uma significativa derrota do governo na disputa pelos cargos de comando. A comissão analisará aproximadamente 833 requerimentos, incluindo pedidos de convocação para depoimentos e solicitações de quebra de sigilo.
A instalação da CPI ocorreu na semana anterior, com uma derrota expressiva para o governo, que agora busca reorganizar suas estratégias para evitar que a comissão se torne um palco de oposição e cause maiores desgastes políticos.
* Entre os requerimentos que podem ser votados esta semana, destaca-se a convocação de servidores e do ex-ministro da Previdência Carlos Lupi, que deixou o governo após operação da Polícia Federal que investigava descontos irregulares em benefícios previdenciários.
* O Palácio do Planalto estabeleceu uma tropa de choque na comissão e pretende desenvolver uma narrativa que conecte as fraudes à gestão anterior, do ex-presidente Jair Bolsonaro, além de monitorar cuidadosamente os requerimentos para proteger possíveis alvos sensíveis.
* Após perder a presidência e a relatoria da CPI, o governo realizou diversas reuniões para reformular sua estratégia de atuação na comissão.
A composição atual da CPI representa um desafio para o governo, que afirma contar com apenas 16 ou 17 dos 32 integrantes, configurando uma margem estreita de maioria e deixando o Planalto vulnerável a novos reveses.
O senador Carlos Viana (Podemos-MG) conquistou a presidência da comissão, superando Omar Aziz (PSD-AM), que era apoiado pelo presidente Lula e pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre. A relatoria ficou com o deputado Alfredo Gaspar (União-AL), contrariando as expectativas do presidente da Câmara, Hugo Motta, que defendia o nome do deputado Ricardo Ayres.